Renamo denuncia morte de 12 próximos do seu líder este ano.
Pelo menos 14 membros da Renamo foram executados nos primeiros três meses de 2016 apenas no distrito da Gorongosa, no centro de Moçambique, entre eles os motociclistas que asseguravam a logística do líder, Afonso Dhlakama, que regressou ao seu esconderijo na serra da Gorongosa no início de Janeiro.
A acção é atribuída aos esquadrões da morte, que, segundo a Renamo, tentam cortar a logística do seu líder, Afonso Dhlakama, geralmente assegurada por grupos de jovens conhecidos por taxi-motos, além de isolar a simpatia e apoio popular ao partido no seu bastião.
“Estão a andar a matar as pessoas, inclusive aquelas que iam receber o presidente da Renamo quando realizava visitas de trabalho às províncias, quer seja mulher ou homem estão a matar”, explicou o mesmo responsável.
Em Canda, Gorongosa, disse a fonte, nove pessoas foram mortas em Fevereiro, tiradas das casas onde viviam e executadas na região.
Ainda em Fevereiro, no bairro de Mapombwe, na vila da Gorongosa, foi igualmente executado o homem que hasteava a bandeira do partido.
A 27 de Março, um desmobilizado da Renamo foi morto a tiros, após ter sido retirado de um transporte público quando se dirigia à sua machamba no interior do distrito.
Já a 28 de Março, denuncia a fonte, dois jovens motociclistas foram capturados durante o dia, com as suas moto-taxis, alegando que “são voces que estão a levar comida e a ir dar (Afonso) Dhlakama”, tendo sido executados no cruzamento de Macossa, mais de 50 quilómetros da Gorongosa e as suas motas incendiadas no local.
A mesma fonte, contou ainda que a 8 de Abril outros dois homens foram mortos no posto administrativo de Vunduzi, durante um novo bombardeamento à base do líder do partido, acusados de serem auxiliares e informadores do líder da Renamo.
António Muchanga, porta-voz da Renamo, confirmou as execuções e adiantou que a Gorongosa tem sido mais destacada para tentar enfraquecer o apoio popular ao partido.
“Há situações que conseguimos reportar, há situações que não conseguimos reportar. Há situações de pessoas raptadas numas zonas e são mortas noutras zonas”, precisou Antonio Muchanga, adiantando que “de principio Gorongosa foi o local mais elegido, já foram apanhados lá quase 12 corpos dos nossos membros, oito dos quais não são naturais de Gorongosa, foram transferidos de outras zonas para lá”.
O porta-voz revelou ainda que um novo fenómeno foi introduzido nas execuções, que é o de atirar os cadáveres aos rios, dificultando que sejam encontrados os corpos e contabilizadas as execuções.
Fonte: Voz da América – 15.04.2016
Sem comentários:
Enviar um comentário