A Polícia da República de Moçambique deteve o líder dos oleiros de Moatize, Refo Agostinho, de 43 anos.
Na altura da sua detenção, a polícia não terá apresentado nenhum mandado de busca e captura, emitido pela procuradoria ou tribunal. Segundos os oleiros, esta detenção é uma forma de intimidá-los para não continuarem a exigir uma justa indemnização da mineradora Vale.
Com a prisão do seu líder, os oleiros foram obrigados a parar com as suas manifestações que consistiam em impedir a circulação do comboio carregado de carvão mineral para o Porto da Beira e o acesso à mina da Vale. Assim, logo pela manhã de ontem, os mesmos estiveram amotinados na Esquadra Distrital da Polícia, para apelar à libertação do seu líder. “nós não saímos daqui sem o Refo, ele não matou ninguém, apenas exigimos os nossos direitos, paguem o que é nosso, 60 mil meticais são irrisórios, basta de brincadeiras da Vale” disse Maria Faria, uma dos oleiros em manifestação.
Já por volta das 12h00 de ontem, o advogado dos oleiros pronunciou-se nos seguintes termos: “esta prisão é ilegal, a polícia não pode continuar a agir desta forma, isto mostra que abusam da autoridade do Estado” lamentou Hermínio Nhantumbo.
Momentos mais tarde, já por volta das 13h00, num vai-vem entre a Procuradoria e a Polícia, chegava novamente o advogado e um oficial da Procuradoria com um mandado de soltura que restituiu à liberdade o líder dos oleiros, Refo Agostinho.
À saída da esquadra, Refo disse: “não matei ninguém, isso que a polícia está a fazer é injusto. foram prender-me numa noite, será que sou ladrão? Vou continuar a lutar por aquilo que é nosso direito, aliás, vem ai uma grande manifestação, caso não tenhamos resposta positiva, ai vão ver o que faremos, já basta”, ameaçou.
Entretanto, as actividades na mina da Vale voltaram à normalidade, mas os comboios ainda não retomaram o tráfego normal por temer algum incidente. Uma fonte da Vale disse que a empresa prevê encontros com o governo para estudar a melhor forma de ultrapassar o diferendo com os oleiros.
Fonte: O País online - 22.04.2013
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