A Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) suspendeu no fim de semana a sua participação no Gabinete da Juventude Parlamentar, contestando a alegada partidarização da entidade, anunciou hoje o principal partido da oposição de Moçambique.
Em declarações à Lusa, Ivone Soares, deputada e vice-presidente do Gabinete da Juventude Parlamentar da Assembleia da República de Moçambique, afirmou que jovens "instrumentalizados" pelo partido no poder, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) entoaram canções do partido e humilharam os membros da Renamo em plena reunião do gabinete na cidade de Nacala, norte de Moçambique.
"É deliberado, já nos tinham vexado na província de Inhambane, na cidade de Quelimane e agora em Nacala. Aquele gabinete perdeu relevância, porque se tornou antidemocrático e num lugar para insultos à Renamo", disse Ivone Soares, ligando depois a gravação áudio do tema "não vamos esquecer o tempo que passou", entoada por membros da Frelimo em alusão a alegadas atrocidades que a Renamo cometeu durante a guerra civil.
O regresso do principal partido da oposição aos trabalhos do Gabinete da Juventude Parlamentar está condicionado a um encontro com a presidente da Assembleia da República, Verónica Macamo, adiantou a deputada.
"A resolução do diferendo já ultrapassou o gabinete, só voltaremos, depois do encontro com a presidente da Assembleia da República", sublinhou Ivone Soares.
Contactado pela Lusa, o presidente do Gabinete da Juventude Parlamentar, António Niquice, deputado pela Frelimo, partido no poder, acusou Ivone Soares de apostar na "teoria da vitimização para desacreditar o gabinete".
"Nunca fizemos nada que desvalorizasse a Renamo no gabinete, sempre atuámos com urbanidade e espírito de democracia. Ela aposta na inviabilização dos trabalhos do grupo", assinalou António Niquice.
O presidente do Gabinete da Juventude Parlamentar acusou Ivone Soares de falta de empenho nos trabalhos do grupo, com ausências constantes das sessões do gabinete.
PMA // VM.
Lusa/Fim
Fonte: Notícias Sapo - 25.02.2013
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