A Polícia da República de Moçambique (PRM) deteve 17 indivíduos indiciados de promover e liderar campanhas de desinformação sobre a origem da cólera e de vandalizar as residências dos secretários de bairros de Namicopo e Namutequeliua, na província nortenha de Nampula.
Inácio Dima, porta-voz da PRM em Nampula, disse que o rumo dos acontecimentos não atingiu contornos calamitosos porque a corporação foi comunicada a tempo de neutralizar os líderes dos movimentos que acusam os responsáveis dos bairros de propagarem a cólera.
O jornal “Diário de Moçambique” escreve na sua edição de hoje que nas comunidades de Namiepe e Palmeiras, e nos bairros de Namicopo e Namutequeliua, arredores da cidade, grupos de pessoas protagonizaram entre os dias 13 e 15 de Fevereiro corrente actos de verdadeiro terror, espancando os seus líderes e destruindo as suas residências.
Tudo aconteceu depois que no período compreendido entre os dias 8 a 13 de Fevereiro corrente três pessoas da mesma família, nomeadamente mãe e dois filhos, morreram vítimas de diarreia, o que foi entendido como cólera enviada pelas autoridades.
Dados colhidos no terreno indicam que no regresso das cerimónias fúnebres, na unidade comunal Palmeiras, parte dos acompanhantes dos corpos decidiram pedir explicações das mortes aos secretários das unidades comunais com recurso a força que desencadeou em violência.
Na ocasião, os populares que aderiram a este movimento destruíram as residências dos secretários das unidades comunais, incluindo as dos secretários dos comités de círculo locais, alegadamente por serem promotores da eclosão do surto de cólera no bairro.
Segundo revelação de fonte da polícia em Namiepe, para além da destruição das residências dos secretários, destaca-se o espancamento da esposa do secretário, que contraiu graves ferimentos.
Entretanto, volvidos dois dias após a violência de Namicopo, no dia 15 de Fevereiro a onda de violência instalou-se no bairro de Namutequeliua, quando uma outra multidão insurgiu-se contra as lideranças locais, ameaçando destruir as suas residências.
Inácio Dina lamentou o sucedido e disse que desde 13 de Fevereiro equipas da polícia, em parceria com técnicos da direcção provincial da saúde de Nampula estão a trabalhar nos bairros da cidade para sensibilizar a população sobre a origem das diarreias.
Na província de Nampula, segundo dados da Direcção Provincial da Saúde, até à primeira semana de Fevereiro tinham sido registados 6.029 casos de diarreias agudas, que resultaram em oito óbitos.
Fonte: AIM - 20.02. 2013
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