O número de pessoas que morreram devido às cheias em Moçambique subiu para 81 e o de deslocados em centros de acomodação é de 150 mil, indicou o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC).
A porta-voz do INGC, Rita Almeida, apontou a província de Gaza, no Sul de Moçambique, como a que registou até agora o maior número de mortes devido às calamidades naturais, com 41 óbitos.
Rita Almeida afirmou ainda que a crise humanitária provocada pelas calamidades naturais está longe de ser ultrapassada, porque a época chuvosa continua.
“Esta época chuvosa é atípica, porque tem estado a chover muito e com muita frequência”, assinalou a porta-voz do INGC.
Segundo Rita Almeida, os principais rios moçambicanos têm registado ligeiras reduções de nível, mas continuam todos acima do alerta.
“Não se pode dizer que o pior tenha passado, porque os rios continuam com caudais cheios. As comunidades devem continuar afastadas das zonas de risco, até informação em contrário”, sublinhou Rita Almeida.
No Chókwè retoma-se a normalidade
Alberto Libombo, o administrador do Chókwè, na província de Gaza, é citado pelo Diário de Moçambique a dizer que um que uma das zonas em que a situação continua crítica naquele distrito é o posto administrativo de Chilembene, em que algumas aldeias ainda estão debaixo das águas, contrariamente à cidade de Chókwè, em que as águas já secaram, faltando o trabalho de limpezas.
“Na cidade de Chókwè, a situação está cada dia a melhorar. Neste momento, temos equipas que estão a efectuar limpezas da cidade para permitir o regresso das populações e o recomeço das actividades socioeconómicas. Podemos afirmar que já não há mais estabelecimentos submersos”, afirmou.
Explicou que há pessoas que estão a abandonar os centros de acolhimento de regresso às suas residências, uma situação que está a preocupar muito às autoridades visto que ainda não foram criadas as condições mínimas de habitabilidade, nomeadamente segurança e saúde.
“Há tendência das pessoas abandonarem os centros de acolhimento e regressarem para as suas casas. Estes alegam que vão limpar as casas e protegê-las de oportunistas que se aproveitam da situação para vandalizarem os imóveis”, disse, para depois acrescentar que “nós não encorajamos esta atitude porque a cidade ainda está suja. Muitos animais morreram e há a possibilidade de se apanhar doenças”.
Fonte: Rádio Mocambique - 01.02.2013
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