A direcção do SINTESP desmente as informações avançadas por Helena Taipo. Refere que todos os dirigentes pertenceram a empresas de segurança privada e que se desvincularam para se dedicarem a tempo inteiro ao sindicato.
O Sindicato Nacional das Empresas de Segurança Privada (SINTESP) diz que todas as informações avançadas pela ministra do Trabalho, Maria Helena Taipo, segundo as quais a
estrutura da direcção deste sindicato é ilegal, porque é ilegitimada pelos próprios trabalhadores, são infundadas e não representam o posicionamento da massa laboral deste ramo. Por seu turno, o inspector-geral do Trabalho, Joaquim Siúta, exibe um dossier do qual consta um abaixo-assinado de centenas de trabalhadores deste sector manifestando a sua indignação contra a direcção do SINTESP, exigindo a retirada dos seus dirigentes, alegadamente por não representarem os seus interesses. Neste sentido, o inspector-geral do Trabalho reitera o posicionamento da ministra do Trabalho de que os dirigentes da referida associação são ilegais.
Joaquim Siúta fundamenta os motivos referidos pela ministra. Diz que a vontade de dissolver a direcção deste sindicato não vem do governo, mas sim dos próprios trabalhadores de segurança privada. Para sustentar a sua tese, apresenta um abaixo-assinado de centenas de trabalhadores de diversas empresas de seguranças privadas, que acusam a actual direcção de ingerência nos assuntos das comissões sindicais internas das empresas de segurança privada. Para além do abaixo-assinado, o inspector de Trabalho tem na sua posse muitos documentos submetidos pelos próprios trabalhadores de segurança privada, nos quais contestam a direcção do seu sindicato. Dizem mesmo que noventa por cento das suas cotas são esbanjadas pela direcção do SINTESP, quando os verdadeiros trabalhadores não tiram nenhum benefício das mesmas.
Os trabalhadores acusam os dirigentes de não ser trabalhadores de nenhuma empresa de segurança privada, daí que, dizem, não podem representar os seus interesses. Por outro lado, a massa laboral deste sector entende que os mesmos instigam a violência, destruindo os comités sindicais internos eleitos pelos trabalhadores nas empresas de segurança para montar os homens que vão defender os seus interesses, tal como aconteceu na G4S.
Os argumentos acima constam das cartas enviadas ao Ministério do Trabalho por trabalhadores desta área.
Entretanto, o porta-voz do SINTESP, Boaventura Sibinde, discorda de todas as informações levantadas pela ministra de Trabalho, assim como pelo inspector-geral do Trabalho. Diz não perceber o real alcance das palavras de Helena Taipo, as quais considera de “interferência no sindicalismo nacional”. “É direito dos sindicatos defender os interesses dos trabalhadores, e é o que estamos a fazer (...) O próprio governo é que legitimou o nosso sindicato, e a ministra do trabalho, Maria Helena Taipo, é que inaugurou as nossas instalações. Nunca veio dizer que éramos ilegais”, desabafa o porta-voz.
Fonte: O País online - 01.07.2011
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