O director-geral do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Kahn, foi detido no Aeroporto JFK, em Nova Iorque, por suspeitas de “agressão sexual, sequestro e tentativa de violação” de uma empregada de limpeza de um hotel em Times Square. O economista de 62 anos, figura de peso na vida política de França, foi retirado por agentes das autoridades aeroportuárias de um voo para Paris poucos minutos antes da descolagem.
Faltavam dez minutos para a descolagem do aparelho da Air France com destino a Paris quando o patrão do Fundo Monetário Internacional foi surpreendido por agentes à civil. Impedido de seguir viagem no aparelho da transportadora francesa, Dominique Strauss-Kahn foi levado durante a noite para instalações das forças de segurança nova-iorquinas no bairro de Harlem, no norte de Manhattan. Foi na Unidade de Vítimas Especiais que o responsável ficou a conhecer a acusação dos procuradores de Nova Iorque.
O porta-voz do Departamento de Polícia da cidade, Paul Browne, adiantava, cerca das 23h15 (4h15 de domingo em Maputo), que Strauss-Kahn seria formalmente acusado de “agressão sexual, sequesto e tentativa de violação”. A acta de acusação foi entretanto oficializada. Numa mensagem de correio electrónico enviada à agência Reuters, um dos advogados de Strauss-Khan, Benjamin Brafman, indicou que o director-geral do FMI alega inocência.
A detenção do economista francês no Aeroporto Internacional John F. Kennedy foi precipitada pela queixa de uma funcionária de 32 anos do Hotel Sofitel. Segundo o porta-voz da polícia, a empregada de limpeza contou aos detectives que Dominique Strauss-Kahn “saiu nu da banheira, correu por um corredor” da suite que ocupava, “empurrou-a para um quarto e começou a agredi-la sexualmente”. “Ela tentou afastar-se e ele arrastou-a para a casa de banho, onde cometeu um acto sexual criminoso, segundo o relato dela aos detectives. Ele tentou fechá-la no quarto do hotel”, acrescentou Paul Browne.
Escândalo em 2008
Ainda segundo o Departamento de Polícia de Nova Iorque, Strauss-Kahn terá abandonado de forma apressada o hotel em Times Square, onde deixou um telemóvel e outros objectos pessoais. O jornal The New York Times conta que um par de detectives da Autoridade dos Portos de Nova Iorque e Nova Jérsia abordou a ala de primeira classe do voo número 23 da Air France às 16h45 de sábado (20h45 em Lisboa). Os operacionais, relatou ao diário o porta-voz daquela agência de segurança, John P. L. Kelly, com base em informações da polícia nova-iorquina “sobre uma brutal agressão de uma empregada do Sofitel”. Sem imunidade diplomática, o director do FMI deve ser ouvido ainda hoje em tribunal estatal.
A funcionária do hotel foi transportada para o Hospital Roosevelt, onde recebeu tratamento para “ferimentos sem gravidade”, confirmou o Departamento de Polícia.
O nome de Strauss-Kahn esteve já envolvido em controvérsia no passado. Em outubro de 2008, o director-geral do Fundo Monetário Internacional foi alvo de um processo de inquérito por assédio e abuso de poder, devido a uma relação extraconjugal com Piroska Nagy, gestora do departamento da organização para as questões africanas. Nagy abandonou o cargo e Strauss-Kahn foi ilibado, mas não se livrou de uma advertência do painel de países-membros do FMI contra futuros comportamentos impróprios. O responsável acabaria por ter de se desculpar pelo "erro de julgamento".
Fonte: Notícias Sapo - 15.05.2011
2 comentários:
Anda tudo " meio maluco"!
Cheira a "armadilha"-conspiração!
Mais um para a reforma compulsiva e adeus a política!
Toda a vida é uma armadilha. E na política, sobretudo, em países de democracia madura é preciso muita prudência. Admiro que um adulto como é Strauss, consegue arriscar tudo.
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