Maputo - A separação entre o partido no poder em Moçambique e o Estado é "um desafio" para a governação do país, considerou hoje (quinta-feira) o Mecanismo Africano de Revisão de Pares, que avalia indicadores sobre a democracia na União Africana.
O Mecanismo Africano de Revisão de Pares (MARP) foi instituído pela UA para escrutinar os países que a ele se submetem voluntariamente nos capítulos da governação corporativa, desenvolvimento socio-económico e questões transversais, como pobreza e desigualdades.
O instrumento analisa igualmente a ligação entre partidos, governo e negócios, bem como o HIV/SIDA, propriedade da terra, educação, entre outros.
No lançamento do relatório final do MARP sobre Moçambique, Amos Sawyer, ex-Presidente da Libéria (1990/1994) e responsável pelo acompanhamento da avaliação, disse que o país ainda enfrenta o desafio da separação entre a FRELIMO, partido no poder desde a independência, há mais de 35 anos, e o Estado.
Moçambique, afirmou ainda Amos Sawyer, debate-se com altos índices de analfabetismo, desigualdades no género e violência doméstica.
"O relatório identificou desafios, incluindo na separação do partido e Estado, violência doméstica, altos índices de analfabetismo, desigualdades do género, entre outros", enfatizou o responsável pelo acompanhamento da avaliação do MARP sobre Moçambique.
Apesar dos constrangimentos, o país avançou na implementação do Acordo Geral de Paz de 1992, que acabou com a guerra civil que durou 16 anos, conseguiu estabelecer instituições de desenvolvimento e reduzir os índices de transmissão de HIV/SIDA da mãe para o bebé, assinalou Amos Sawyer.
Fonte: Angola press - 26.05.2011
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