Ontem, no discurso da abertura da I Sessão Ordinária da Assembleia da República, a bancada parlamentar da Renamo levantou a questão da partidarização do Estado, com a criação de células do partido Frelimo, tendo a caracterizado como “problema grave” e que necessita de urgente reparo, para que o Estado moçambicano seja de facto um Estado de Direito. E espera que o assunto seja debatido na presente VII legislatura.
No seu discurso, a chefe da bancada parlamentar da Renamo, Maria Angelina Enoque, disse que a questão da partidarização do Estado, das instituições públicas, de pessoas e do emprego constituem um problema grave, não podendo continuar a falar-se de reforma do sector administrativo, quando as células do Partido Frelimo, nas instituições do Estado, se multiplicam.
Esta postura, segundo a Renamo, traduz-se numa verdadeira afronta à democracia, pois as células existem como polícias, fiscais de directores, funcionários, serventes e estafetas que não adiram ao “Batuque-e-maçaroca”, nome por que também é conhecido o partido Frelimo por razão dos seus símbolos.
“Qualquer reforma deverá passar inevitavelmente pela retirada das células da Frelimo das instituições do Estado. Que prevaleçam os interesses do Estado como um todo, e não os interesses partidários”.
Ainda no entender da Renamo, a partidarização do Estado faz com que o fenómeno da exclusão social, com base na cor partidária, tenda a crescer e a tomar proporções alarmantes. Para o segundo maior partido com representação parlamentar, não é menos preocupante a intolerância da existência de outros partidos nalgumas zonas do país, pois isso constitui uma violação dos direitos humanos e lesa a democracia e a paz. Constitui um imperativo nacional acabar com as células do partido Frelimo nas instituições do Estado, as quais fazem confundir o Estado com o partido Frelimo e vice-versa, dificultando a criação de um ambiente de democracia multipartidária, considera a Renamo.
Fonte: CanalMoz - 23.03.2010
Reflectindo: de facto, e como eu já previa, a guerra contra a frelimização da função pública ficou exclusivamente para os moçambicanos e para que tenhamos sucessos é preciso lutar sem descanso. Os partidos políticos e a sociedade civil têm que agir agora e não depois, pois que a Frelimo nunca recuará voluntariamente.
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