Até agora, as únicas listas de candidatos para as eleições da próxima semana são aquelas mal-arranjado que estão afixadas do lado de fora do gabinete da Comissão Nacional de Eleições em Maputo. Não foram afixadas listas no website da CNE porque o pessoal “está muito ocupado”, diz um funcionário sénior da CNE.
As listas foram afixadas fora da CNE há mais de um mês mas não foram levadas à Imprensa Nacional para publicação no Boletim da República, BR, até depois das várias deliberações do Conselho Constitucional. As listas estão agora a ser organizadas na Imprensa Nacional, mas antes de serem publicadas ainda devem voltar à CNE para serem conferidas. A Imprensa Nacional diz que ainda é possível publicá-las esta semana, o que parece pouco provável.
Tal como aconteceu com as eleições locais no ano passado, parece que os eleitores não vão conhecer quem são os candidates, apenas lhes sabem o nome do partido.
A CNE ajudou a UDM?
Repetidas alegações de que a UDM (União dos Democratas de Moçambique) teve especial ajuda da Comissão Nacional de Eleições, CNE, nunca foram desmentidas pela CNE e foi confirmado em privado por alguém de dentro da administração eleitoral.
De acordo com as regras da CNE, seguidas pelo Conselho Constitucional, depois que um partido submete as listas a 29 de Julho, estas não podem ser mudadas. O novo partido da oposição de Daviz Simango, MDM, foi excluido da maioria das províncias porque não lhe foi permitido acrescentar nomes ou combinar listas – especificamente não pode tirar nomes de uma lista que estava demasiado curta e ia ser excluida, e usar esses candidatos para preencher outras listas.
Mas a agência noticiosa governamental AIM reportou a 14 de Setembro que a CNE fez precisamente isso para a UDM. A AIM reportou que em meados de Agosto “a CNE sugeriu ao mandatário eleitoral da UDM que o partido devia reagrupar os seus candidatos de modo a poder cobrir completamente algumas províncias (isto é possível porque os candidatos não têm de viver nas províncias que querem representar).” Isto foi mais tarde confirmado por uma fonte eleitoral.
O semanário Magazine Independente pegou outra vez na estória a 14 e 21 de Outubro. O Magazine cita o presidente do partido José Ricardo Viana para dizer que a mandatária do partido Aida Jorge Pires foi autorizada a amalgamar listas de candidatos de três províncias de modo que a lista completa foi para Sofala. Viana estava aborrecido e disse que não queria contestar Sofala e antes queria uma lista combinada para a Zambézia, e quis mesmo demitir Aida Pires como mandatária. Esta reagiu iradamente à queixa mas confirmou que lhe foi permitido juntar um candidato à lista de Sofala.
O Magazine sugere que a CNE ajudou a UDM a contestar Sofala – única provincial onde a UDM tem a lista aceite – porque a Frelimo quer lá um partido com iniciais parecidas com MDM, de modo a poder tirar alguns votos ao partido de Daviz Simango.
ALIMO inicia Campanha em Nampula com um Mês de Atraso
Aliança Independente de Moçambique (ALIMO), partido que concorre apenas às AR para circulos eleitorais de Zambézia e Nampula, iniciou com a conquista do eleitorado no último Sábado, dia 17 de Outubro.
Alexandre Constantino, coordenador daquela formação política, ao nível da região norte, disse que o seu partido vai centrar a sua campanha nas mesquitas, procurando convencer os muçulmanos, uma vez o partido alega que se inspira nos ensinamentos do alcorão.
Fonte: Boletim sobre o processo político em Moçambique, Número 18, 22 de Outubro de 2009
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