Cerca de setecentos e cinquenta moçambicanos residentes em Nsanje no extremo sul do Malawi foram proibidos de votar no próximo dia 28 de Outubro pela policia malawiana, alegando-se questões de segurança.
O facto decorre da proibição imposta pelas autoridades malawianas no sentido de se abrir uma mesa de voto em Nsanje, depois de inicialmente terem autorizado o governo moçambicano a realizar o recenseamento eleitoral naquela região.
Nestas condições esta fora de hipótese qualquer possibilidade destes cidadãos puderem votar na próxima semana, na medida em que isso implicava o transporte dos setecentos e cinquenta moçambicanos de Nsanje a Blantyre, numa distancia de duzentos quilómetros.
Todas as tentativas da parte moçambicana para convencer as autoridades malawianas para abertura de uma mesa de voto em Nsanje, resultaram infrutíferas.
Os malawianos insistem que apenas podem funcionar duas mesas de voto, uma no Alto-Comissariado em Lilongwe e outra no Consulado moçambicano em Blantyre.
Fontes da Radio Moçambique disseram que dos nove paises onde se realizou o recenseamento eleitoral dos moçambicanos na diáspora, apenas no Malawi não aceitam a abertura de uma mesa de voto fora do Alto-Comissariado ou do Consulado.
Para alem do Malawi, o recenseamento dos moçambicanos na diáspora teve lugar na Zâmbia, Zimbabwe, Tanzania, Quénia, África do Sul, Swazilândia, Portugal e Alemanha.
Independentemente das Convenções de Viena sobre as Relações Diplomáticas e Consulares, este facto é interpretado por algumas fontes como uma situação desagradável nas relações de boa-vizinhança entre Moçambique e Malawi.
Cerca de cinquenta mil moçambicanos ou mais vivem no Malawi, pais encravado dentro do território nacional, e que muito depende de Moçambique para o seu comercio internacional.
Recorde-se que no mês passado, três membros da policia secreta malawiana interpelaram em Nsanje o Cônsul de Moçambique em Blantyre, Félix Mambule, exigindo-lhe as listas dos moçambicanos recenseados naquele ponto.
Na altura Félix Mambule disse que Moçambique deve tomar uma posição firme em relação as atitudes do vizinho Malawi.
Fonte: Rádio Moçambique (20-10-2009)
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