O Governo e a Renamo chegaram a hoje a um consenso sobre
a despartidarização da Administração Pública depois de mais de 100 rondas de
negociações.Depois de recuos e avanços, as duas partes prometeram assinar o
acordo na próxima sexta-feira, 19, seguindo o documento depois para a
Assembleia da República, onde deverá ser apreciado e votado.
"Podemos dizer que tecnicamente o ponto três da
agenda sobre a despartidarização da administração pública está concluída de
forma consensual e estão criadas condiçõs para na próxima ronda negocial
entrarmos no quarto e último ponto da agenda que vai tratar das questões
econômicas", disse José Pacheco, chefe da delegação do Governo.
Saimone Macuiane, chefe da delegação da Renamo,
considerou que "este ponto está concluído e, uma vez adoptado, passará à
homologação pelas lideranças das duas partes".
Para o padre Filipe Couto, um dos mediadores do diálogo,
o consenso alcançado revela que as duas partes podem chegar a entendimento sem
interferências de terceiros, que se "misturavam demais em coisas de
casa" transformando o diálogo em "quase neocolonialismo".
Entretanto, o jornalista e analista Alexandre Chiure
considera que este entendimento poderá revelar novos ares para o diálogo, após
o extremar de posições da Renamo durante a recente reunião do Conselho Nacional
realizado na Beira.
"As delegações nos habituaram a crises atrás de
crises e isto pode significar uma nova era de diálogo em que as partes
perceberam que não estavam a ser produtivas e era princípio imprimir alguma dinâmica
para que as coisas tivessem outro rumo", disse Chiure.
No final desta ronda, o Governo manifestou a vontade de
enquadrar os 35 oficiais do partido da oposição, que integrava a força de
observadores de paz, Emochn, nas Forças de Defesa e Segurança.
Por sua vez, a Renamo defende o aquartelamento dos mesmos
em Satungira, distrito da Gorongosa, província de Sofala.
Fonte: Voz da Américo – 15.06.2015
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