A TALHE DE FOICE
Por Machado da Graça
Se mais alguma coisa fosse necessária para nos convencer da fraude eleitoral a que assistimos este ano, o folhetim do desaparecimento dos editais chegaria para tirar todas as dúvidas.
As informações dos vários (ir) responsáveis são contraditórias.
O presidente da CNE diz que estão no STAE. O director do STAE diz que estão na CNE e o porta-voz da CNE diz que estão no Conselho Constitucional. Todos eles à espera que o fiel curto circuito os venha salvar com um incêndio que faça desaparecer as provas da bandalheira.
Segundo a Lei Eleitoral, os editais devem estar guardados na CNE e estar disponíveis para consultas pelos principais interessados, nomeadamente os partidos concorrentes e os grupos de cidadãos proponentes.
É, portanto, o sheik Abdul Carimo que tem que apresentar esses editais. Caso não o faça deverá ser enviado para a cadeia onde a Lei lhe reserva uma estadia de seis meses, além de multa.
E esperemos para ver e ouvir aqueles que, quando isso lhes convém, afirmam que as leis têm que ser cumpridas estritamente.
São precisos porque os resultados eleitorais que a CNE anunciou parecem ter sido “cozinhados” pelo STAE não tendo nunca os vogais da CNE tido acesso a esse material.
Aos vogais da CNE os resultados foram apresentados num computador e foram esses resultados que foram publicados.
Sem nenhuma possibilidade de verificarem se eram correctos ou não.
Ora, parece óbvio que se os tais (ir)responsáveis se arriscam a ir dar com os ossos na cadeia por esconderem os editais é porque os editais provam cabalmente a extensão da fraude.
Cabe-nos a nós, os que andámos meses a ouvir dizer que o nosso voto contava, fazer toda a pressão para que os editais apareçam rapidamente, antes de o Conselho Constitucional dar a carimbadela final no processo das eleições.
E, para isso, já falta muito pouco.
Fonte: SAVANA in Mocambique para todos – 12.12.2014
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