A Comissão Nacional de Eleições (CNE) vai entregar hoje ao Conselho Constitucional (CC) os editais do apuramento intermédio e final dos resultados das eleições gerais de 15 de Outubro, disse à Lusa o porta-voz do órgão.
"Vamos entregar hoje ao CC os editais do apuramento intermédio, correspondente aos resultados provinciais, e do apuramento final", afirmou Paulo Cuinica.
O porta-voz da CNE adiantou que a entidade vai também entregar os editais rejeitados pelo sistema informático do órgão por conterem falhas na contagem, bem como de 11 distritos, que o CC solicitou.
Paulo Cuinica disse que a entrega dos editais é a prova de que nunca foram perdidos ou transviados como tem sido relatado por alguns órgãos de comunicação social moçambicanos.
O CC moçambicano ainda terá de validar os resultados das eleições gerais de 15 de Outubro, depois de o apuramento geral da CNE ter dado a Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), partido no poder, e o seu candidato presidencial, Filipe Nyusi, como vencedores do escrutínio.
A Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), principal partido de oposição, e o seu líder, Afonso Dhlakama, ficaram em segundo lugar, e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro maior partido, ficaram na terceira posição.
Tanto a Renamo como o MDM contestam os resultados apurados pela CNE por consideram que a votação foi fraudulenta, mas viram os seus recursos ao CC rejeitados.
Para ultrapassar o que considerou uma "fraude planificada", o líder da Renamo exige a formação de um governo de gestão, com a inclusão de figuras de vários partidos, sob pena de instabilidade e violência.
O chefe de Estado cessante e presidente da Frelimo, Armando Guebuza, já rejeitou reiteradamente a proposta da Renamo, frisando que um Governo de gestão seria uma anarquia.
Discursando no sábado na inauguração do aeroporto internacional de Nacala, na província de Nampula, norte do país, Armando Guebuza apontou o empreendimento como prova de que a acção do seu Governo esteve virada para a construção de infra-estrutural, contrastando com "os que proferem discursos que só apregoam a destruição de tudo", numa aparente referência ao líder da Renamo.
Em entrevista à Lusa na semana passada, Afonso Dhlakama afirmou que a recusa da sua proposta de Governo de gestão pode degenerar em manifestações e lançar o país para a confusão.
Fonte: LUSA – 15.12.2014
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