Os representantes da União Europeia elogiaram a forma como decorreram as eleições, ganhas pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM) no sábado (8.02), apesar de se terem registado alguns incidentes.
Os observadores da União Europeia (UE) fizeram uma avaliação positiva da forma como decorreu a votação na repetição das eleições autárquicas no município de Gurué.
"Foi uma participação ativa do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), da Comissão de Eleições (CNE), dos partidos políticos", afirmou Ulla Andrén, embaixadora da Suécia.
Vitória do MDM
Orlando Janeiro, do MDM, obteve 7.860 votos contra 6.389 de Janguiro Hussene, candidato da FRELIMO, segundo os resultados do apuramento intermédio divulgados pela Comissão Distrital de Eleições no domingo (09.02).
O MDM conquistou a maioria na Assembleia Local, após ter vencido com uma margem de mais de mil votos ao partido no poder, a FRELIMO. O candidato vencedor, Orlando Janeiro, diz que a sua prioridade será dar uma nova imagem a Gurué.
"Teremos que entrar no terreno e começar a fazer aquilo que é o nosso manifesto para o munícipe gozar de uma cidade municipal, pois nós vimos que a cidade está há tanto tempo municipalizada e nunca mais acontece nada", afirmou. "Nós vamos inverter isso", garantiu Orlando Janeiro.
O candidato derrotado da FRELIMO, Janguiro Hussene, prometeu colaborar com o novo edil: “Num jogo, alguém tem que perder, para além de este ser um processo democrático. Eu e o meu partido entendemos perfeitamente a lei", referiu, acrescentando: "daqui para a frente vamos tentar procurar as lacunas para as podermos corrigir. Estou aqui para ajudar e desenvolver a nossa cidade."
Irregularidades de 20 de novembro repetem-se
Mas o processo de votação foi marcado por incidentes. O presidente de uma mesa de voto foi detido, alegadamente quando tentava colocar numa urna boletins de voto extra, marcados para a FRELIMO. A polícia foi chamada a intervir para evitar o linchamento de três pessoas que, segundo relatos populares, tentavam introduzir numa urna votos a favor da FRELIMO.
Ulla Andrén, da equipa de observadores da UE, defende que os incidentes relatados devem ser clarificados, afirmando que “se realmente aconteceu alguma irregularidade, as pessoas [que a cometeram] devem ser responsabilizadas perante a lei".
A equipa de observadores do bloco defende que devem ser melhorados alguns aspetos relativos à organização dos processos eleitorais no país.
“A peça chave destas eleições é realmente o pessoal das mesas de voto", disse Ulla Andrén. "Eles têm que ser bem selecionados, bem informados e têm que ter condições de trabalho dignas. Verificamos que, em alguns sítios, as condições são precárias."
As eleições autárquicas em Gurué foram repetidas por determinação do Conselho Constitucional, após ter detectado o que descreveu como “irregularidades insanáveis” no anterior escrutínio de 20 de novembro passado.
Com a vitória deste sábado em Gurué, o MDM vai dirigir, no presente mandato, quatro das 53 autarquias do país, incluindo as capitais do centro e norte do país, nomeadamente as cidades da Beira e Nampula.
O maior partido da oposição, a RENAMO, não participou nestas eleições, em protesto contra a não aprovação prévia da revisão da legislação eleitoral, que prevê paridade nos órgãos eleitorais.
Fonte: DW.de – 10.02.2014
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