O Presidente da República, Armando Guebuza, vai dirigir a cerimónia oficial de homenagem a Mário Coluna, ex-futebolista moçambicano, que terá lugar sexta-feira nos Paços do Município da Cidade de Maputo e será presenciada por diversas personalidades desportivas e políticas de dentro e fora do país.
Mário Coluna, ou simplesmente o Monstro Sagrado como ficou conhecido nos meandros do futebol, perdeu a vida terça-feira no Instituto do Coração, em Maputo, vítima de uma paragem cardíorespiratória, onde estava internado desde domingo.
O vice-Ministro da Juventude e Desportos, Carlos de Sousa, disse em conferência de imprensa havida hoje que a homenagem ao Monstro Sagrado que deverá iniciar por volta das 08.00 horas, consistirá na leitura de mensagens das agremiações desportivas pelas quais ele passou, da Federação Moçambicana de Futebol (FMF), do Partido Frelimo e finalmente o elogio fúnebre que será feito à lenda da modalidade rainha.
No final, os restos mortais da lenda sairão dos Paços do Município com destino ao cemitério da Lhanguene, onde será sepultado, obedecendo o trajecto que vai das avenidas Karl Max, 24 de Julho, OUA donde entrarão na Avenida de Moçambique ao santuário da Lhanguene.
A cerimónia final, no cemitério da Lhanguene, acontecerá por volta as 13 horas e vai consistir na parte protocolar, onde estará presente uma unidade das Forças Armadas de Moçambique para prestar a devida guarda de honra e os habituais rituais ao finado.
Carlos de Sousa, que apresentou o programa, apelou, por outro lado, aos automobilistas, quer dos transportes semi-colectivos de passageiros quer dos profissionais, que estão preocupados com o seu dia-a-dia do trabalho, mas pede que respeitem esse trajecto por ser uma cerimónia oficial.
Mário Esteves Coluna, nasceu na Ilha da Inhaca, província de Maputo, a 6 de Agosto de 1935, e foi um futebolista moçambicano-português. Foi um dos melhores jogadores do Benfica, entre 1954/55 e 1960/70, tendo sido duas vezes campeão europeu.
Em 1961/62, tornou-se no segundo africano a erguer a Taça dos Campeões Europeus, actualmente designada. Foi por 57 vezes internacional, marcando oito golos, no período entre 1955 e 1968. Foi igualmente o capitão da selecção portuguesa que alcançou o terceiro lugar no Campeonato do Mundo de Futebol, em 1966.
No seu vasto palmarés, venceu 10 Ligas Portuguesas, sete Taças de Portugal e cinco Taças de Honra da Associação de futebol de Lisboa, tudo ao serviço do Benfica. A 19 de Dezembro de 1966, foi agraciado com a Medalha de Prata da Ordem do Infante D. Henrique.
No país, Mário Coluna foi galardoado pelo Estado moçambicano com a Ordem Eduardo Mondlane do 3/o Grau, em reconhecimento da sua valiosa contribuição para o desporto, no geral, e para o futebol, em particular, como jogador, treinador e dirigente.
Foi presidente da Federação Moçambicana de Futebol (FMF). Antes de ser eleito para a FMF, criou uma Academia de Futebol na vila da Namaacha, para formação de jovens (garotos) moçambicanos, com apoio financeiro da FIFA.
Sem comentários:
Enviar um comentário