sábado, fevereiro 15, 2014

FIR APRESENTA UM GRUPO DE SEQUESTRADORES

A Força de Intervenção Rápida (FIR) apresentou hoje, à imprensa, um grupo de oito sequestradores que se encontram detidos na 18ª esquadra da capital moçambicana em conexão com quatro raptos ocorridos nos últimos meses na cidade e província de Maputo.

Trata-se de Ismael Noormanade, também conhecido por engenheiro (mandante); Ivo Cândido Hunguane, estudante do curso de licenciatura em Antropologia; Horácio Cossa, mecânico de profissão; Inocêncio Pequenino (Tsetsa), Ikba Algy, Benedito Armando, Ananias Adelino e Rui João Ferrão.


Falando durante o evento, o porta-voz do Comando Geral da Polícia moçambicana (PRM), João Machava, disse que o grupo é liderado por Ismael Noormanade. O mesmo foi citado várias vezes pelos restantes membros da quadrilha como sendo o mandate. 

Os indiciados foram detidos no período compreendido entre Dezembro de 2013 e quinta-feira da semana em curso. 

A PRM também apreendeu na posse dos suspeitos três viaturas, uma arma de fogo do tipo pistola, diversas munições e dois rádios de comunicação.

“Este é um grupo altamente estruturado. As investigações conduziram-nos a concluir que para além desses oito detidos obviamente que há mais. Todos os que realizam esta actividade de sequestros têm por detrás mandantes e estamos a trabalhar neste sentido”, explicou Machava.

Para além da apresentação dos sequestradores e os materiais por eles usados para as suas actividades criminosas, as autoridades moçambicanas mostraram à imprensa os locais que serviam de cativeiro das vítimas.

Um dado importante a referir é que os esconderijos das vítimas distam entre si vários quilómetros. 

O primeiro local visitado foi no distrito de Marracuene, provincia de Maputo, onde ficou detida uma menor de cerca de 15 anos de idade no estabelecimento comercial de Inocêncio Pequenino, mais conhecido por Tsetsa. Aliás, este é o mesmo nome por qual se designa o seu estabelecimento, ou seja “Tsetsa´s Bar”.

Segundo afirmou, para manter a menor durante os três dias de cativeiro, no seu estabelecimento, recebeu a soma de 200 mil meticais (cerca de seis mil dólares ao câmbio corrente ). 

“Já gastei todo o dinheiro”, disse Tsetsa, para de seguida acrescentar “a minha mulher não sabia de nada. Fechei a barraca por três dias para poder deixar a criança e disse a ela que era para a minha visita”. A dita visita era o outro integrante da quadrilha, Horácio Cossa.

Por isso, a sua esposa manifestou a sua surpresa com a detenção de seu marido, um sentimento partilhado pelos vizinhos. 

O segundo cativeiro é uma residência pertencente a Benedito Armando, localizada no Bairro da Machava-Socimol, arredores da cidade de Maputo, onde ficaram retidos dois menores de cinco e sete anos de idade. Um permaneceu no cativeiro por um período de 24 horas e outro uma semana.

Como compensação Benedito Armando recebeu 301 mil meticais. “Investi o valor na minha empresa de carpintaria e na reabilitação da minha casa”.

O último esconderijo é uma residência arrendada por Ivo Hunguane. Em declarações a imprensa, o suspeito limitou-se apenas a dizer que “fiquei com o menor (de oito anos) por menos de 24 horas”.

Segundo o porta-voz da PRM, as residências usadas como cativeiro são de pessoas insuspeitas, que ninguém teria sabido se não fosse um trabalho de investigação minuciosa da sua corporação. 

Para o resgate das quatro vítimas, segundo Machava, os familiares desembolsaram uma soma estimada em 11 milhões de meticais. 

Explicou que decorre uma investigação para recuperar o dinheiro pago como resgate. 

Fonte: AIM - 14.02.2014

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