sexta-feira, junho 05, 2009

A Terra, o Desenvolvimento Comunitário e os Projectos de Exploração Mineira

Por Virgílio Cambaza

O preâmbulo da Lei de Terras (Lei nº 19/97, de 1 de Outubro) estabelece que “a terra é um meio universal de criação de riqueza e do bem-estar social e por isso, o seu uso e aproveitamento tornam-se um direito de todo o povo moçambicano”.
O mesmo preâmbulo refere que a Lei procura adequar-se “ao desafio para o desenvolvimento que o país enfrenta e à nova conjuntura política, económica e social e conferir garantia de acesso e segurança de posse da terra, tanto aos camponeses moçambicanos, como aos investidores nacionais e estrangeiros”.
A fim de acomodar os interesses acima expostos, particularmente dos camponeses moçambicanos, a Lei tornou-se aberta à aplicação de normas e práticas costumeiras desde que as mesmas não contrariem a Constituição (nos seus artºs 12 e 2 ).
Os camponeses moçambicanos são agrupados numa categoria que a própria Lei designa por comunidades locais. Com efeito, no seu artº 1, a Lei indica que as comunidades locais são “agrupamentos de famílias e indivíduos, vivendo nos limites de uma circunscrição territorial de nível de localidade ou inferior, que visam a salvaguarda de interesses comuns, através da protecção de áreas habitacionais, áreas agrícolas, sejam cultivadas ou em pousio, florestas, sítios de importância cultural, pastagens, fontes de água e áreas de expansão”. Leia mais aqui: http://www.iese.ac.mz/lib/publication/outras/ideias/Ideias_14.pdf

2 comentários:

Anónimo disse...

A Lei de Terras e um tanto confusa... Nao compreendo como existem estrangeiros comprando terrenos em Mocambique, construindo casas em seus nomes, muitos ainda vivendo no estrangeiro. Afinal em que ficamos? Um estrangeiro pode comprar habitacao em Mocambique? Tambem pode comprar terrenos/terra? Maria Helena

JOSÉ disse...

Pois é, penso que esta lei é propositadamente confusa para alguns se aproveitarem.
O mais revoltante é que os estrangeiros vão comprando com a conivencia dos corruptos locais. Isto é, falam mal dos estrangeiros mas fazem grandes negociatas com eles!