sábado, setembro 22, 2012

Montepuez: Abortada tentativa de ataque a mina de rubis por garimpeiros ilegais

A polícia diz ter abortado, quarta e quinta-feira, uma suposta tentativa de assalto à mina de Rubi de Namanhumbir, concessionada a Montepuez Ruby Mining, Lda., uma acção aparentemente planeada por algumas pessoas da população, tendo atrás de si, os exploradores ilegais daquele minério de diversas nacionalidades.


A comandante da PRM, em Cabo Delgado, Dora Manjate, confirmou em exclusivo ao “Notícias”, que houve uma operação-relâmpago, na região de Nanhupo, zona-tampão, onde a maioria dos estrangeiros ilegais vive e que em face da resistência de alguns deles a policia teve que usar gás lacrimogéneo para os dispersar, mas sem detenções.

O mesmo sucedeu na sede do posto administrativo de Namanhumbir, onde residentes dizem que as suas casas foram vandalizadas pela força policial que para ali se deslocou, a quem acusam de ter violado os seus domicílios e roubados os seus bens.

Um residente de Namanhumbir disse inclusivamente que “na casa do meu vizinho, roubaram 2000 dólares e na minha casa 1000, actuaram como fazem os verdadeiros ladrões, até água que encontraram roubaram-na. Gritavam que vieram de Maputo para pôr ordem em Namanhumbir”.

“Isso era Beirute ontem e antes-de-ontem. Neste momento cerca de 90 porcento das casas da sede de Namanhumbir não têm donos, porque fugiram da acção policial, que incluiu o uso de gás lacrimogéneo, mesmo aqui na sede. Passavam de casa em casa, a perguntar se na verdade os seus donos eram ou não moçambicanos”disse a fonte contactada pelo nosso jornal.

Na mesma quinta-feira, o administrador distrital de Montepuez, Arcanjo Cassia, na companhia da chefe do posto administrativo, Anastácia Clemente, teve que reunir com os residentes da sede para acalmar os ânimos.

Mesmo assim, em reacção, segundo outras fontes ouvidas a partir de Namanhumbir, os afectados com a medida dirigiram-se às instalações oficiais do posto administrativo, tendo flanqueado o posto policial, vandalizado a casa da chefe e a escola primária local, recentemente reabilitada pela concessionária, como parte da sua responsabilidade social.

Testemunhas disseram que a casa da chefe do posto ficou sem portas e o equipamento eléctrico foi vandalizado, enquanto a escola viu os seus sanitários destruídos.

Estes relatos foram confirmados pela comandante da Policia, mas nega que os seus homens tenham violado casas de quem quer que seja “pois ninguém trazia nenhum mandato para isso, mas há que confirmar que tivemos que nos antecipar ao que pretendiam fazer e entendemos ser nossa responsabilidade limpar a área”.

Dora Manjate diz que os visados encontram-se aborrecidos com o facto de ter sido abortado o seu plano e acrescenta que a corporação tem responsabilidades quando se trata de garantir a segurança de bens e pessoas, daí que não admita que um punhado de cidadãos nacionais, sobretudo quando se sabe estarem a ser usados por interesses de estrangeiros ilegais, possa perturbar a ordem e segurança públicas, bem assim o investimento aplicado em Namanhumbir.

“É sempre assim, sempre que eles sintam os seus interesses postos em causa, recorrem a essas práticas. Na verdade, a polícia estava lá a cumprir o seu papel e vai continuar a fazê-lo, como disse, não podemos ver de ânimo leve comportamentos que atentam contra a integridade de um bem tão valioso como o que aquela empresa está a edificar naquela região” disse Dora Manjate.

Fonte: Rádio Mocambique - 22.09.2012

2 comentários:

Elsa Ekelöf disse...

Espero que no futuro próximo as fronteiras sejam bem guardadas como em todos países do mundo.
E que haja gardas- fronteiras bem equipados e treinados para parar esses estrangeiros infiltrados no território que estão incitar a população a fazer distúrbios entre cidadãos nacional para usurparem a riqueza do país!!!

Reflectindo disse...

Penso que o grande problema que temos em Mocambique e África em geral é de desorganizacão para se dela se tirar proveito. Tenho dificuldades em entender que com numa localidade como Namanhubir seja difícil se controlar a exploracão ilegal das pedras preciosas.