De acordo com a Polícia, no quarto de Bingu wa Mutharika também foram encontrados milhões de doláres. O dinheiro estava dentro de sacos e outra parte guardado em caixas. A polícia está a contar o dinheiro e a investigar a sua proveniência.
Fontes próximas dizem que o dinheiro corria o risco de ser roubado por familiares e outros membros do partido no poder, que saquearam o palácio logo depois da morte de Bingu wa Mutharika.
Presume-se que todo o dinheiro pertencia a Bingu wa Mutharika, uma vez que foi encontrado no seu quarto pessoal.
Acredita-se que sejam mais de cinco biliões de kwachas, mas a polícia confirma que maior parte do dinheiro está em doláres. Suspeita-se que alguns familiares de Bingu wa Mutharika estavam para retirar o dinheiro, mas a polícia foi a tempo de impedir o roubo.
No entanto, os familiares não souberam explicar para onde se destinava o dinheiro, mas aparentemente a ideia era de levar o dinheiro e outros objectos de valor pertencentes a Bingu wa Mutharika para a sua farma em Thyolo, onde se realiza o seu funeral no próximo dia vinte e três de Abril.
Algumas informações que circulam no Malawi alegam que o falecido Presidente Bingu wa Mutharika drenou fraudulentamente muito dinheiro.
Os jornais escrevem que, entre outras fraudes, ele sacou catorze biliões de kwachas, cerca de oitenta milhões de doláres do erário público para construir uma mansão na sua farma em Thyolo.
Em cerca de oito anos que esteve na liderança do Malawi, os jornais escrevem que Binghu wa Mutharika conseguiu levantar um grande império.
Para além da sua mansão de oitenta milhões de doláres em Thylo, ele construiu um mausoléu para a sua primeira esposa, de nacionalidade zimbabweana, avaliado em um bilião e oitocentos milhões de kwachas.
Mas ainda, Mutharika levantava de quinze em quinze dias cinquenta milhões de kwachas para uso pessoal, para além de comissões chorudas que recebia através da suas influências.
A lista das contas bancárias e extravagâncias de Bingu wa Mutharika vai sendo conhecida à medida que se vão se esclarecendo algumas zonas de penumbra que marcaram a sua administração.
Riqueza pessoal
Para alem da luxuosa mansão em Thyolo (Ndata Farm, imagem acima) Bingu wa Mutharika tinha uma vila presidencial avaliada em dezoito milhões e um hotel orçado em sessenta milhões de doláres adquirido através dos fundos do Banco Central do Malawi. Tinha também uma viatura parqueada na quinta no Zimbabwe e avaliada em sessenta e cinco milhões de kwachas, uma casa em Nyambadwe, arredores de Blantyre orçada em trinta e oito milhões de kwachas.
Contas bancárias e participações
+ 7.8 milhões de kwachas no Inde Bank no Malawi com Robert Mugabe.
+ Vinte biliões de kwachas em acções no Banco Comercial do Zimbabwe.
+ Seis milhões de doláres depositados no Zimbabwe.
+ Contas bancárias em Portugal, Grã-Btretanha e Austrália em milhões de doláres, cujo valor se desconhece.
Para além disto, sabe-se ainda que Bingu wa Mutharika emprestou ao Zimbabwe cem milhões de doláres, sem nenhuma garantia, e até hoje o governo de Harare ainda não pagou a ‘dádiva’.
Algumas fontes indicam que o seu casamento pomposo com Calista Mutharika, em 2010, custou aproximadamente dois milhões de doláres.
Mutharika construiu e inaugurou precipitadamente o Porto fluvial de Nsanje, avaliado em vinte milhões de doláres sem acertar o estudo de viabilidade ambiental com Moçambique sobre a navegabilidade dos rios Chire e Zambeze.
A ideia, segundo algumas fontes, era obter comissões da construtora portuguesa Mota-Engil que no Malawi conseguiu um negócio de cem milhões de euros para a construção e reabilitação de estradas, alegadamente com o beneplácito de Bingu wa Mutharika.
Durante o seu mandato, ele autorizou um contrato de onze biliões de kwachas para o fornecimento de combustível através de camiões cisterna do grupo Mulli Brothers, sem concurso público.
Mutharika autorizou ainda a Mulli Brothers a fornecer material de escritório ao governo num negócio estimado em seis biliões de kwachas.
Agindo como avalista, Mutharika autorizou o grupo Mulli Brothers, seu principal parceiro, para levantar cinco biliões de kwachas no Malawi Savings Bank, 2.5 biliões no National Bank of Malawi, 2 biliões no NBS Bank, 1.2 bilião de kwachas no First Merchant Bank e oitocentos milhões de kwachas no Stanbic Bank.
Através das influências do malogrado Presidente, o governo ofereceu a Mulli Brothers um contrato de quatro biliões de kwachas sem concurso prévio, para a importação de sementes e fertilizantes.
A imprensa malawiana escreve que há mais operações fraudulentas e corruptas que foram engendradas pelo falecido Presidente Bingu wa Mutharika, num país onde cerca de cinquenta por cento da população vive com menos de um dolár por dia.
Escreve ainda que, curiosamente, era este homem que andava a perseguir o ex-Presidente Bakili Muluzi, alegadamente por ter “roubado”onze milhões de doláres durante o seu mandato presidencial entre 1994 e 2004.
Por Faustino Igreja, em Blantyre
Fonte: Rádio Mocambique - 15.04.2012
3 comentários:
Irmaos isso vai acontecer com Inhambane se esse cacara do Amelia Nhaca conseguir vencer, mas povo ovo aberto ai, ta?! O Amelia so quer roubar e encher os colchoes da casa dele, para o povo so vai dar ntontonto e nada mais
Quais as provas, Anonimo? Como pode garantir isso?
Este anónimo é frelimista e parece daqueles que já conhecemos.
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