"Aceitámos", disse hoje em conferência de imprensa o porta-voz do Comando Militar, Daba Na Walna (na imagem). "Estamos em condições para cumprir todas as exigências da CEDEAO", acrescentou.
O Comando tomou o poder pela força no dia 12 e prendeu o Presidente interino e o primeiro-ministro, mas o golpe foi condenado unanimemente pela comunidade internacional.
Na quinta-feira os países da CEDEAO decidiram enviar uma força para o país e deram 72 horas aos militares para responder às exigências que resultaram de uma cimeira na Costa do Marfim.
Entre as exigências está a libertação do Presidente interino, Raimundo Pereira, e do primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, que serão libertados assim que a CEDEAO garanta a sua segurança, disse Daba Na Walna.
"Acordámos com a CEDEAO que logo que chegue uma força para garantir a segurança logo os libertaremos", disse o porta-voz, acrescentando que outra condição era a devolução do poder aos civis, o que também, assegurou, está a ser feito.
"A libertação dos presos será uma realidade, tudo agora depende da CEDEAO, tudo o resto estamos em condições de fazer", afirmou, acrescentando que se a CEDEAO mandar uma força que se responsabilize pela segurança "hoje mesmo" serão libertados.
Daba Na Walna não se comprometeu com datas nem como nomes mas disse que já foi feito um esboço de transição, que será apresentado ao presidente da Assembleia interino e depois a uma comissão técnica da CEDEAO, que chega no sábado a Bissau.
O porta-voz dos golpistas explicou que a missão militar que chegará ao país virá para supervisionar o processo de transição e garantir a segurança dos antigos membros do governo e apoiar a saída da missão angolana (Missang) do país.
A CEDEAO, disse, queria que o Comando Militar assinasse um documento a permitir a força militar, mas, face à recusa dos golpistas, optou-se por essa força vir no âmbito de uma Declaração da Comunidade da África Ocidental.
"Que fique bem claro, a CEDEAO em momento algum disse que se não cumpríssemos mandava as suas tropas. Não. A CEDEAO disse que vai mandar as suas tropas e que se nós não quisermos que as tropas da CEDEAO venham cá então será obrigada a aplicar sanções, congelamento de bens, sanções económicas e diplomáticas à Guiné-Bissau. E nós não estamos interessados em que isso aconteça a este país, portanto declaramos aqui que estamos prontos para cumprir com isso", disse.
(RM/Lusa) in Rádio Mocambique - 27.04.2012
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