O comício de Armando Guebuza foi dominado pelas queixas de 59 funcionários da extinta empresa Água Rural da Zambézia. Estes estão sem salários há 36 meses. Ouvindo os factos, Guebuza diz que a solução está nas mãos do governo de Itai Meque. A falta desta, só revela falta de comunicação.
O chefe do Estado moçambicano, Armando Guebuza, diz haver fraca comunicação entre o Executivo liderado por Francisco Itai Meque e a população da província da Zambézia.
Esta foi a primeira constatação de Armando Guebuza, que chegou, sexta-feira última, à Zambézia, para a sua presidência aberta.
Numa tentativa de perceber o nível de cumprimento das actividades efectuadas pelo governo daquela província, o Chefe do Estado não só ouviu o Executivo, como também a população.
Nesse exercício, Guebuza foi confrontado com as acusações já de barba branca: a alegada arrogância e prepotência de Itai Meque.
É que durante o comício popular havido em Quelimane, no primeiro dia da sua chegada, a população que dialogou com o Chefe do Estado na Praça da Independência apresentou problemas cujas soluções, no entender de Guebuza, estão à altura de Itai Meque. A falta dessas soluções, para Guebuza, revela uma distância entre o governador e os governados.
Por exemplo, no sector de educação, foram apresentadas queixas relativas aos atrasos nos pagamentos de horas extraordinárias e das nomeações definitivas como sendo um problema bicudo na Zambézia.
A Guebuza foi também apresentado um dossier que envolve um total de 59 funcionários da empresa Água Rural da Zambézia, falida, que estão sem salários há 36 meses. Agrava ainda essa situação o facto de toda a maquinaria dessa empresa - carros, máquinas de perfuração - e instalações terem sido vendidas pelo governo de Itai Meque, através de um concurso público. A beneficiária foi uma empresa privada cuja identidade “O País” não conseguiu apurar.
Os entendidos na matéria afirmam que o governo provincial, antes de avançar com o concurso, devia informar-se dos funcionários com salários em atraso.
Outrossim, ao que o “O País” apurou, a vencedora do concurso já desembolsou os valores da compra da empresa, mas os funcionários continuam sem salários. A justificação que se avança indica que a Água Rural da Zambézia tem dívidas por liquidar.
Segundo explicou um dos funcionários lesados de nome Amisse Cassimo, ao Presidente da República, os funcionários em causa já tentaram vezes sem conta contactar com o director provincial das obras públicas e Habitação, Cristóvão Fórquia, e com o governador da província, Francisco Itai Meque, mas sem sucessos.
“Ninguém nos esclarece nada. temos mulheres e filhos, senhor Presidente, mas não temos como sustentá-los. As nossas mulheres já começaram a abandonar-nos por falta de condições de sustento. O que vamos fazer?”, questionou Amisse Cassimo, solicitando, ao Chefe do Estado, apoio na busca de solução para este caso.
Fonte: O País online - 23.04.2012
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