O LIXO recentemente interceptado em Nacala, vindo de Pemba, em camiões, afinal é produzido pela Eni, uma companhia actualmente envolvida em actividades de pesquisa de hidrocarbonetos na bacia do Rovuma.
O aparecimento destes resíduos na cidade portuária de Nacala, província de Nampula, levantou interrogações sobre a razão do transporte de quantidades de lixo por estrada num percurso de mais de 600 quilómetros.
Entretanto, em comunicado recebido ontem na nossa Redacção, a Eni esclarece que como parte integrante do seu programa de Higiene, Saúde e Segurança (HSS) tem, desde Setembro de 2011 até ao presente momento, feito o transporte de resíduos não perigosos, nomeadamente papel, plástico, latas e madeira de Pemba para Nacala, uma vez que a área de despejo de Pemba, baseado no padrão mínimo de desperdício, não era adequada para essa actividade.
Por esta razão, a petrolífera contactou o Município de Nacala a fim de identificar a possibilidade de utilizar a sua área de despejo de forma a proporcionar uma melhor gestão e controlo dos resíduos. Ainda no mesmo âmbito foi contratada a empresa Sanal, especializada na reciclagem de plástico, tendo sido para o efeito utilizada para reciclar o plástico.
Segundo o mesmo comunicado, foi deste modo que o Município de Nacala autorizou à Eni para usar a lixeira local para despejo de material não perigoso de Pemba. “Todos os recipientes foram sempre verificados pelo município antes de entrar para a área de Nacala e recebida uma autorização emitida pela edilidade a confirmar a entrada de resíduos não perigosos”.
A fonte acrescenta que esta solução prevê sempre um carácter temporário até que seja assinado um contrato definitivo com a Enviroserv para tratar globalmente os resíduos, acto que se acredita possa ocorrer esta semana.
No seu documento, a Eni recorda que foi na sexta-feira do dia 20 de Janeiro do corrente ano que dois camiões que transportavam resíduos não perigosos (plástico e madeira) foram interceptados à entrada da área de despejo de Nacala. Reconhece que na altura os camiões não tinham documentos autorizados para entrar na área de despejo de Nacala.
Os documentos de autorização foram apresentados ao município e também feitas as devidas verificações do conteúdo dos camiões, tendo estes sido autorizados a entrar para a área de despejo de Nacala com base no documento apresentado numa operação presenciada pela Imprensa, Polícia e representantes do MICOA (Ministério da Coordenação e Acção Ambiental), em Nampula.
No comunicado, a empresa garante que o plano de gestão de resíduos foi totalmente revisto e um relatório foi emitido pelas autoridades do MICOA em Pemba.
Fonte: TVM - 14.02.2012
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