Dakar, Senegal (PANA) - A votação para a primeira volta das eleições presidenciais no Senegal, para a qual estão inscritos cerca de 5,1 milhões de eleitores e foram instalados 11 mil e 904 assembleias de voto em todo país, teve início domingo de manhã para designar um novo chefe de Estado entre os 14 candidatos, incluindo o Presidente cessante, Abdoulaye Wade, constatou a PANA.
Na sequência do fracasso da tentativa de mediação do chefe da missão de observação eleitoral conjunta da União Africana (UA) e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), o ex-Presidente nigeriano Olusegun Obasanjo, os partidos políticos da oposição agrupados no Movimento de 23 de Junho, que contestam a candidatura de Wade, apelaram aos eleitores a participar no escrutínio e a ignorar os boletins de voto do Presidente cessante.
Durante uma conferência de imprensa sábado à noite em Dakar, após o final da sua missão de conciliação das posições da oposição e do partido no poder, Obasanjo, que dirige uma delegação que integra igualmente o representante especial da CEDEAO, o ex-secretário-geral da Organização da Unidade Africana (OUA) e antigo primeiro-ministro do Togo, Edem Kodjo, constatou o fracasso da mediação e apelou aos cidadãos senegaleses, à classe política e aos seus militantes "à calma, ao patriotismo e ao civismo para não comprometer o escrutínio de 26 de fevereiro".
A proposta do ex-Presidente nigeriano para a designação dum perito em informática para a auditoria do ficheiro eleitoral, a instauração dum período de transição de dois anos, em caso de vitória do Presidente Wade, e a criação duma Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI) foi rejeitada pela maioria dos candidatos da oposição e pelo campo do Presidente cessante.
O Movimento de 23 de Junho moderou a sua posição ao propor uma transição de seis a nove meses antes da organização do escrutínio sem o Presidente Wade, mas esta proposta foi contestada por vários partidos da oposição.
O Senegal está assolado por manifestações violentas desde a validação, pelo Conselho Constitucional, da candidatura do Presidente Wade, eleito em 2000 e reeleito em 2007, à eleição presidencial.
Estas manifestações convocadas pela oposição e pela sociedade civil para exigir a retirada da candidatura controversa do Presidente Wade, de 85 anos, a um terceiro mandato causaram a morte duma dezena de pessoas após a repressão das forças da ordem em diversas cidades do país.
A oposição e a sociedade civil, agrupadas no seio do Movimento de 23 de Junho (M23), consideram ilegal a candidatura do Presidente Wade por a Constituição limitar a dois os mandatos presidenciais.
Fonte: Pana press - 26.02.2012
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