Com efeito, Pedro Passos Coelho foi recebido este Domingo por manifestantes na Feira do Queijo de Gouveia, cidade serrana do centro de Portugal, situada na encosta ocidental da grande Serra da Estrela, a cerca de 700 metros de altitude, no Distrito da Guarda.
À espera de Pedro Passos Coelho estavam trabalhadores da fabricante Citroen de Mangualde, um movimento de luta contra as portagens e professores.
Passos Coelho não se furtou ao diálogo após ter sido interpelado por uma mulher que o alertou para o facto de 'haver pessoas a passar dificuldades e fome'.
O Primeiro-ministro tentou dialogar com os manifestantes mas o coro de protestos impossibilitou a intenção.
Passos Coelho, rodeado de segurança, percorreu toda a linha de manifestantes e disse que 'é preciso ouvir o povo', segundo o 'Diário de Notícias'.
'Não é preciso coragem. É preciso saber explicar as medidas que estamos a levar a cabo para o povo compreender que os sacrifícios têm uma razão de ser.'
O gabinete do PM desvalorizou o carácter espontâneo dos protestos, colocando-os à conta da capacidade de mobilização da Intersindical CGTP e do PCP (Partido Comunista Português).
A CGTP marcou uma greve geral para 22 de Março para que os trabalhadores possam protestar contra as políticas do Governo antes da aprovação final da revisão do Código do Trabalho no Parlamento.
Passos Coelho, que é igualmente presidente do Partido Social-Democrata, no poder coligado com o CDS-PP, visitou depois a Feira de Artesanato em Gouveia, indo a seguir para a Guarda, para uma reunião com militantes do PSD.
Não obstante os momentos difíceis, o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, anunciou que vai voltar a candidatar-se à liderança do partido, com eleições marcadas para o dia 03 de Março.
'Não será surpresa para ninguém que me candidatarei nessas eleições', anunciou Pedro Passos Coelho na Guarda, num encontro com militantes, promovida pela Comissão Política Distrital local.
Ele lembrou que as eleições irão escolher o presidente do PSD para os próximos dois anos, mas nos últimos tempos 'não se tem falado nisso', segundo a imprensa lisboeta.
'Significa que a maior parte de nós está mais compenetrada no seu trabalho e nas suas funções do que com as questões internas e isso é bom sinal', observou, acrescentando que está na altura de falar do assunto tendo em conta que o acto eleitoral está marcado para 03 de Março.
Passos Coelho disse desconhecer se 'haverá outros candidatos ou não', defendendo que no Congresso que se seguirá os Social-Democratas devem 'actualizar' o programa e os estatutos do partido.
'O principal debate que vamos fazer é sobre como é que o PSD pode estar hoje capaz de dizer aos portugueses: é com Portugal que estamos preocupados e não connosco próprios', declarou.
Na semana passada, o antigo líder do PSD, Luís Marques Mendes, vaticinou a derrota do actual Primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, nas próximas eleições legislativas.
Segundo Luís Marques Mendes, Pedro Passos Coelho “corre o risco” de perder as próximas eleições legislativas, devido às difíceis medidas de austeridade que o Governo tem vindo a decretar aos portugueses.
“Ele [Pedro Passos Coelho] não está a governar para ganhar eleições, até corre o risco de não ganhar as próximas eleições, mas há uma coisa que eu tenho a certeza: ele não vai substituir nunca o interesse do país pelo interesse do partido, não vai colocar nunca o interesse das próximas gerações abaixo do interesse das próximas eleições – isto dá uma grande confiança”, declarou o ex-líder Social-Democrata.
(AIM)
Fonte: AIM, 20 - 19.02.2012
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