Bissau - O presidente do PAIGC, partido no poder na Guiné-Bissau, considerou sexta-feira um "acto de indisciplina" as candidaturas a Presidente da República de dirigentes do partido à revelia da direcção, admitindo que "estão sujeitas a sanções".
"Todos os dirigentes do partido devem acatar a decisão do partido, quando desafiam a direcção naturalmente que estarão sujeitos às sanções que a direcção do partido entender aplicar", disse Carlos Gomes Júnior, Primeiro-ministro e candidato a Presidente escolhido pelo PAIGC.
Baciro Dja, ministro da Defesa, e Serifo Nhamadjo, presidente interino do Parlamento apresentaram-se hoje como candidatos a Presidente da República, nas eleições antecipadas de 18 de Março.
Questionado concretamente sobre a candidatura de Serifo Nhamadjo, Carlos Gomes Júnior disse aos jornalistas que será o Conselho de Jurisdição do PAIGC a analisar o "acto de indisciplina".
A candidatura de Carlos Gomes Júnior a Presidente da República recebeu o apoio de dois pequenos partidos, o Partido Unido Social Democrata (PUSD), com um apoio "total e incondicional", e o Partido da Reconciliação Nacional (PRN), que reserva para a próxima semana mais declarações.
No dia em que se completam 10 anos em que chegou à presidência do PAIGC, Carlos Gomes Júnior afirma-se um candidato a Presidente "de vitória", determinado, que não é "um homem político mas sim um empresário bem realizado", que deixou as empresas para "ajudar ao país a assentar".
No lugar de Primeiro-ministro fica a ministra da Presidência do Conselho de Ministros, Maria Adiatú Djaló Nandinga, uma mulher com provas dadas e que "vai vergar muitos homens", segundo Carlos Gomes Júnior, para quem chegou a hora de as mulheres guineenses ocuparem os mais altos postos do Estado.
Questionado se Adiatú será primeira-ministra e ao mesmo tempo directora da sua campanha, Carlos Gomes Júnior disse: "Naturalmente, porque é pessoa da minha confiança".
Caso ganhe as eleições, Carlos Gomes Júnior terá de se demitir a ele próprio de Primeiro-ministro, já que o Presidente interino não tem essa faculdade segundo a Constituição. De acordo com o primeiro-ministro/presidente do PAIGC/ candidato, trata-se de "uma coincidência político - constitucional".
Fonte: Angola Press - 11.02.2012
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