Depois de o secretário-geral do partido Frelimo, Filipe Chimoio Paúnde, ter vindo a público insurgir-se contra as críticas que têm vindo a ser feitas aos dirigentes do partido Frelimo, e ter falado de necessidade de limite da liberdade de Imprensa, agora é a vez da chefe da bancada da Frelimo, Margarida Talapa, também evocar “limites” para, em vão, travar a “avalanche de críticas” que tem sido dirigida à Frelimo e aos seus dirigentes.
No seu discurso de encerramento da sessão da Assembleia da República, a líder parlamentar da Frelimo acusou a comunicação social independente de estar a atacar a honra e o prestígio do Estado e a promover os famosos “boatos”.
“Alguns órgãos de comunicação social são usados para dirigir ataques ao prestígio e à honra do Estado e seus dirigentes”, acusou Talapa, sem mencionar os referidos órgãos.
A referida comunicação social, segundo Talapa, está em “clara violação da Lei de Imprensa e dos limites da liberdade de expressão”, o que, na sua opinião, os coloca em situação de “crime de abuso da liberdade de expressão e de Imprensa”.
Recorde-se que há duas semanas, e respondendo positivamente às pressões vindas do partido Frelimo e dos seus intelectuais orgânicos, a Procuradoria-Geral da República abriu um processo-crime contra o académico e ex-director do Instituto dos Estudos Económicos e Sociais, Carlos Nuno Castel-Branco, por ter escrito uma opinião a criticar a postura do chefe de Estado perante o caos em que o País se encontra. Na sequência, a procuradoria notificou o Canal de Moçambique e o mediaFAX por os jornais terem publicado as duas cartas do professor Castel-Branco.
A actual direcção do partido Frelimo tem, ultimamente, endurecido a sua aversão à crítica. A nível dos órgãos públicos os gestores têm orientações claras para exaltar Armando Guebuza e o Governo da Frelimo, tornando-os meios de trabalho ideológico. Os gestores dos órgãos públicos receberam do partido Frelimo a orientação para não deixarem individualidades que criticam o regime a opinar nesses meios. Os debates são participados, regra geral, pelo famigerado G 40 (grupo de membros e simpatizantes dos partido Frelimo que fingem ser analistas independentes) que aparecem nas TVs Rádios e jornais a exaltar Guebuza e o Governo da Frelimo e em exercício contrário ridicularizam as vozes vivas da sociedade civil, os órgãos de comunicação que não se prostram perante o partido e os partidos da oposição. (Redacção)
Fonte: Canalmoz - 24.12.2013
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