A POPULAÇÃO do distrito de Mussoril, na província de Nampula, acusa alguns elementos da Polícia da República de Moçambique e o juiz do Tribunal Judicial Distrital de estarem a protagonizar desmandos que se traduzem em extorsão de dinheiro e bens materiais, bem como o abuso do poder no desempenho das suas funções. Estas denúncias foram feitas nos comícios populares orientados pelo governador Filipe Paúnde, que as considerou graves, daí que prometeu tomar medidas adequadas, caso sejam verdadeiras.
Aliás, a actuação do juiz de nome Constantino Yacute, que desde há muito vem sendo fortemente contestada na zona foi a principal queixa que os residentes da vila-sede do distrito de Mussoril apresentaram ao governador provincial no encontro que manteve com eles no âmbito da sua governação aberta.
As pessoas que intervieram no comício disseram ter chegado o tempo de quem de direito tomar outra atitude no sentido de corrigir os desmandos, alegadamente protagonizados pelo juiz. o que mancha, até certo ponto, a imagem do Tribunal Distrital de Mussoril.
"É triste o que está a acontecer aqui em Mussoril, senhor governador. O juiz abusa muito do poder que ostenta. Este senhor tem agido de forma parcial e com base na extorsão. Só para dar exemplo, ele utiliza meios de transporte da população quando quer, aliás, sem que tenha pedido ", disse um funcionário público.
Ele afirmou ter sido vítima de várias injustiças praticadas pelo juiz e o pior de tudo é que, segundo acrescentou, todos os problemas que se registam naquela parcela do país só são resolvidos naquele tribunal, porque ele retirou à Polícia, a autonomia de dirimir casos que não precisam de ser encaminhados ao tribunal.
O denunciante, no meio de muitos aplausos da população presente no comício mostrou ao governador Paúnde uma série de documentos que diz provarem o envolvimento do referido juiz em actos de coacção e corrupção.
"Ele tem adiado julgamentos sem justificação plausível, o que faz com que os residentes entendam como se se tratasse de manobras para obrigar as pessoas lesadas e acusadas a subornarem-lhe com valores monetários", anotou.
Já no posto administrativo de Lunga, mais precisamente na localidade de Ampita, no mesmo distrito, Filipe Paúnde foi confrontado com quase as mesmas denúncias, desta feita contra o Comando do Posto da Polícia, com particular destaque para o respectivo chefe, Elias Apaia.
Os residentes acusaram Apaia e os seus subordinados de negligentes e bêbados que nada fazem para estancar a criminalidade que aumentou nos últimos tempos na zona senão também extorquir dinheiro e bens da população.
Armando Kupula, um dos denunciantes do mau comportamento da Polícia disse que no primeiro trimestre do presente ano, um grupo de ladrões invadiu aquela zona tendo criado pânico nos residentes além de balear um guarda quando pretendiam roubar, tendo a vítima sido socorrida pelo chefe do posto porque o comandante da Polícia encontrava-se em estado avançado de embriaguez.
"A Polícia, aqui em Lunga, nada faz senão consumir bebida de fabrico tradicional, extorquir cidadãos e abusar do poder e nós perguntamos se será que o Governo não lhes paga", anotou Kupula.
Entretanto, o governador considerou graves as denúncias feitas pelas populações sobre o mau comportamento do juiz e de alguns elementos da polícia no distrito de Mussoril, daí que prometeu uma profunda investigação envolvendo responsáveis de nível provincial de cada sector e caso sejam verdadeiras serão tomadas medidas adequadas por forma a desencorajar essas práticas nocivas para a vida das pessoas.
"Ninguém vai sofrer represálias por ter denunciado essas irregularidades graves porque o nosso Governo não está para tolerar actos de corrupção, burocracia e outros males que ainda enfermam o sector público", frisou Paúnde.
Notícias - 23-05-2006
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