OITO mil e quinhentos novos professores com formação psicopedagógica, na sua maioria para o Ensino Primário, serão recrutados com vista a reforçar o quadro de docentes e assegurar a melhoria da qualidade de ensino no próximo ano lectivo. Este número de professores permite ao Ministério da Educação matricular um total de 6,1 milhões de alunos em todo o país, sendo 4,5 milhões no ensino primário do primeiro grau.
Paralelamente à contratação deste número de professores, o Plano Económico e Social do Governo prevê ainda a abertura de 940 novas escolas de todos os níveis, desde o primário até ao secundário, bem como a construção, em todo o país, de 1400 salas de aulas devidamente equipadas. A contratação daquele número de professores espelha as dificuldades financeiras que o país vem enfrentando devido à crise mundial, uma vez que a média anual que vinha sendo usada pelo MINED era de contratar entre 11 e 12 mil professores, o que desde o ano de 2010 não se verifica.
Entretanto, todos professores sem habilitações para leccionar no Ensino Secundário do 1º Ciclo deverão ser reencaminhados para o Ensino Básico até finais do presente ano lectivo, segundo plano traçado pelo sector. Assim, o ano lectivo de 2013 deverá iniciar, em princípio, apenas com professores com formação e habilitações para leccionar no Ensino Secundário Geral, isto como uma das medidas visando elevar o nível de qualidade de ensino e aprendizagem e, consequentemente, elevar os níveis de aproveitamento pedagógico.
Desta feita, o MINED pretende que os professores de formação primária leccionem apenas no Ensino Básico e que os de formação superior estejam no secundário, não se excluindo a hipótese destes, em caso de se mostrarem excedentários no seu nível, virem a ser direccionados para ministrar aulas no Ensino Básico.
No Ensino Secundário Geral, embora não existam estudos feitos, os dados de um levantamento recente em nove províncias, indica que 40 porcento dos professores é que tem formação apropriada para ensinar neste nível de ensino o que, em parte, explica os baixos resultados obtidos. Devido ao défice de professores com formação superior, alguns, de nível primário, têm estado a ser orientados para leccionar no nível secundário, mais concretamente na 8ª, 9ª e 10ª classes, o que nem sempre acaba resultando devido à falta de preparação.
Para o MINED, está provado que um professor preparado para o Ensino Primário não está em condições de ensinar no secundário. Por isso, o sector está a proceder a alterações profundas ao nível da docência, onde apenas professores com o nível de bacharelato e licenciatura é que serão autorizados a ministrar aulas no nível secundário e os que possuem formação primária ficarão neste nível de ensino.
Fonte: Jornal Notícias - 12.01.2012
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