sexta-feira, agosto 18, 2006

País ainda não explora todas as potencialidades energéticas

CERCA de 74 milhões de Terra Joules (TJ) constituem o potencial energético que se calcula que não esteja a ser explorado, no país, nomeadamente o carvão mineral, gás natural e hidroeléctrica. Estas quantidades, de acordo com dados apurados pelo nosso Jornal, correspondem a aproximadamente cem mil milhões de dólares norte-americanos a preços actuais no mercado.

Informações avançadas em Vilankulo, no decorrer dos trabalhos do II Conselho Coordenador do Ministério de Energia, dão conta de que daquelas quantidades, apenas 150 mil TJ constituem a quantidade energética explorada no país. Este aproveitamento, corresponde a 1.100 milhões de dólares norte-americanos no mercado internacional.

O potencial de geração de energia eléctrica identificado no país é de cerca de 14.700 Megawatts, dos quais 12.500 são de origem hídrica. Para já, segundo um estudo que está a ser discutido no encontro, os projectos previstos a médio prazo são da edificação das centrais hídricas de Cahora Bassa Norte e Mphanda Nkuwa e das centrais térmicas de Moatize e Temane, estas últimas a funcionar na base de carvão mineral e gás natural respectivamente. Estes empreendimentos, juntamente com o da Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB) vão passar a dispor de 6.757 Megawatts.

O titular da pasta de Energia, Salvador Namburete disse que os projectos das areias pesadas de Chibuto e Moma e da MOZAL-III, entre outros empreendimentos âncoras para o desenvolvimento do país, só atingirão os sucessos desejados quando a disponibilização de energia eléctrica for fiável e a preços competitivos.

“Viemos de uma era em que as perspectivas do sector de energia eléctrica no país e na região eram caracterizadas por um desequilíbrio entre o crescimento da procura de energia e o aumento da sua oferta, desequilíbrio este que não só ocorreu muito antes do tempo em que era esperado, mas também se agudiza a um ritmo mais acelerado do que o previsto. Esta realidade coloca um desafio e uma oportunidade para a realização de parcerias entre o sector público e privado para enfrentar esta realidade”, disse.

Para o efeito, Namburete explicou que no âmbito de busca de esforços com vista à solução do problema de escassez de energia, foi assinado em Abril último, um memorando de entendimento com o EXIMBANK, uma empresa chinesa, para o financiamento do projecto hidroeléctrico de Mphanda Nkuwa estando, neste momento, as equipas técnicas a trabalhar para alcançar um acordo definitivo nas questões técnicas específicas de financiamento. Entretanto, não se referiu aos valores envolvidos.

Fonte: Notícias (2006.08.18)

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