O presidente da Renamo Afonso Dhlakama manifestou-se indiferente em relação às constantes deserções de membros da “perdiz” para as fileiras do partido Frelimo, partido que governa o País desde a proclamação da independência nacional em Junho de 1975.
“A Frelimo está desesperada. É o fim da Frelimo”, sublinhou Afonso Dhlakama para, em seguida, acrescentar que somente uma formação política sem bases de apoio gasta milhares de dólares americanos para aliciar simpatizantes e quadros da oposição.
Afonso Dhlakama afirmou ainda que os constantes aliciamentos de quadros e simpatizantes do seu partido constituem um exemplo vivo de que a Frelimo é uma formação política que recorre à corrupção e à fraude para se manter no poder.
“Tenho conhecimentos de que o empresário Vítor Duarte tem sido aliciado pelo Comité Provincial da Frelimo na Zambézia para abandonar a Renamo e falar mal do Dhlakama na comunicação social e, em contra-partida, o partido Frelimo negociará a dívida que ele possui na banca”, denunciou o pai da democracia e disse este acto prova, mais uma vez, que o Estado e a economia do país estão partidarizados.
“Existem antigos combatentes da Frelimo desgraçados por falta de dinheiro para a sua sobrevivência. Em contra-partida, a mesma Frelimo gasta rios de dinheiro aliciando membros da Renamo”, denunciou Dhlakama para, depois, acrescentar que o aliciamento de membros do seu partido tem como objectivo insinuar ao eleitorado que as teses ao nono Congresso foram debatidas na base e reflectem as ansiedades do povo moçambicano.
O líder do maior partido da oposição moçambicana admitiu a possibilidade do próximo congresso da Frelimo agendado para o próximo mês de Novembro na província de Zambézia poderá deixar a nu as clivagem existente entre as alas de antigos combatentes liderada por Armando Guebuza e grupo de moderados liderados pelo então presidente da República Joaquim Chissano.
“Semanalmente, recebemos centenas de membros da Frelimo que entregam-se voluntariamente à Renamo”, contra-atacou Afonso Dhlakama para, depois, acrescentar que a sua formação política não necessita de aliciar e nem solicitar a presença da comunicação social para fortificar as suas bases de apoio político.
Num outro diapasão, Afonso Dhlakama manifestou-se satisfeito por ter sido eleito presidente honorário da União Democrática Africana em reconhecimento do seu desempenho durante os quatro anos que conduziu os destinos daquela organização.
Por Alvarito de Carvalho
ZAMBEZE - 09.08.2006
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