sábado, abril 09, 2016

Porto de Nacala uma parceria promíscua entre o Estado, membros do partido no poder em Moçambique e investidores estrangeiros

O nosso país possui um porto natural de águas profundas que esteve adormecido durante várias décadas porém, quando surgiram no horizonte potenciais grandes clientes estrangeiros, o Estado decidiu concessionar esse porto a uma empresa privada que deveria ter investido na sua reabilitação e modernização mas não o fez. Para o porto de Nacala funcionar Moçambique teve que endividar-se, em cerca de 285 milhões de dólares norte-americanos, mas nem assim recuperou a gestão desta infra-estrutura de importância estratégica e que hoje gera lucros. Porquê foi feita, e é mantida até 2020, esta Parceria Público Privada? Porque os privados são os próprios agentes de Estado que decidiram a quem concessiona-lo, a começar pelo antigo Presidente da República, Armando Guebuza, passando pelos ex-primeiro-ministros, Mário Machungo e Aires Aly, antigos deputados e juiz do Conselho Constitucional e até gestores seniores da empresa pública de caminhos-de-ferro.

Na segunda metade da década de 1990, dispondo de informação estratégica sobre as mudanças que estavam a acontecer na economia nacional, políticos moçambicanos iniciaram a corrida para a criação de empresas em forma de sociedades de gestão e participação nos negócios públicos. Estas empresas eram orientadas para realizar negócios com o Estado, num contexto de liberalização da economia nacional. Ler mais (@Verdade – 06.04.2016)

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