O empresário moçambicano, João Oliveira, que explora uma bomba de combustível no distrito de Gúruè, na província da Zambézia, esteve detido, por mais de 24 horas, nas celas da Polícia da República de Moçambique (PRM) naquela parcela do país, alegadamente por não abrir o seu estabelecimento comercial no dia da passagem da Chama da Unidade Nacional.
João Oliveira esteve detido desde as primeiras horas do último domingo numa das celas da PRM, em Gúruè, acusado de crime de açambarcamento.
Segundo apurámos, Oliveira é acusado de negligenciar o fornecimento de combustível precisamente no dia em que a Chama da Unidade passava por aquele distrito e na sequência de ter embaraçado uma cerimónia de Estado.
Já fora das celas, nesta segunda-feira, João Oliveira contou, em exclusivo ao Debate, que ele esqueceu-se de entregar as chaves do seu estabelecimento ao operador que estaria de serviço no domingo seguinte e “dormiu como uma pedra”.
“Trabalhei até tarde no sábado e, como estivesse muito cansado, não acordei a horas no domingo. Também, esqueci-me de entregar as chaves ao bombeiro. No meio do cansaço, também esqueci-me do celular na sala, e não consegui ouvi-lo a tocar”, contou a João Oliveira.
A nossa fonte conta que foi surpreendido, na manhã do domingo, pela visita não amigável, do Chefe das Operações do Comando Distrital da PRM, em Gúruè, com mandado de prisão para ir responder por um crime que na altura não sabia qual era.
Estranhamente, segundo conta Oliveira, no Comando foi-lhe exigido que entregasse às autoridades policiais as chaves das bombas, e a cedência, a título de empréstimo, de cerca de 2000 litros de combustível à Administração do Distrito, para abastecer os carros que iam acompanhar o percurso da “Chama da Unidade” naquele distrito.
Administrador sacode o capote
O Administrador daquele distrito, contactado telefonicamente pelo nossa redacção para falar sobre o assunto, disse que o caso não era da sua alçada, rementendo a nossa reportagem à Procuradoria Distrital, bem como, à Polícia de Investigação Criminal (PIC), através do Comando Distrital da PRM, alegadamente porque, segundo ele, aquelas são as instituições competentes para falarem dos contornos da detenção de João Oliveira. (Hélio Norberto)
Fonte: Diário da Zambézia – 06.05.2015
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