A Procuradoria-Geral da República (PGR) constituiu uma equipa de peritos para orientar metodologicamente a polícia na investigação ao homicídio de Gilles Cistac, anunciou o procurador-geral adjunto e porta-voz da instituição, Alberto Paulo.
"A equipa já está no terreno. A integração do Ministério Público, nos termos da lei, tem a obrigação de orientar metodologicamente o trabalho que é desenvolvido pela Polícia de Investigação Criminal", disse Alberto Paulo aos jornalistas, citado pelo Notícias, diário de maior circulação no país, no final de uma visita da direcção da PGR à PGR da cidade de Maputo.
Segundo o procurador-geral adjunto, a prioridade da referida equipa é recolher provas que possam permitir a localização dos autores do assassínio.
"A grande aposta é que seja reunido o máximo de evidências para revelar o que é que aconteceu e quais são as motivações, e, por outro lado, recolher esses elementos dentro da legalidade. Não é nada recolher muitos elementos, se esse processo não respeitar o que o processo penal dispõe, o que pode não ser válido", afirmou Alberto Paulo.
Entretanto, o ministro do Interior, Basílio Monteiro, exonerou na segunda-feira o director-nacional da Polícia de Investigação Criminal (PIC) e nomeou para o cargo Paulo Chachine, exigindo pro-actividade ao empossado.
Em cerimónia pública realizada em Maputo, Basílio Monteiro nomeou ainda Xavier Tocoli comandante da Polícia de Ordem e Segurança Pública, Jeremias Cumbe chefe das operações no Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique, e João Brito da Cunha para o posto de diretor de Informação do Ministério do Interior.
Falando na ocasião, o ministro do Interior exortou os novos responsáveis da polícia a actuarem de forma pro-activa, visando a manutenção da segurança pública.
"No exercício das funções para as quais foram empossados, esperamos a necessária pro-actividade, de modo a garantirem a segurança para os cidadãos", declarou Basílio Monteiro.
A polícia está sob enorme pressão pública por não conseguir resultados na investigação de vários crimes, tendo o escrutínio da sociedade moçambicana aumentado na última semana com o homicídio em Maputo do constitucionalista Gilles Cistac por homens ainda a monte.
Na abertura do ano judicial, no passado dia 03, o Bastonário da Ordem dos Advogados (OAM), Tomás Timbane, apontou a polícia como "o elo mais fraco do sistema judicial moçambicano", mencionando detenções ilegais, tortura e violação de ordens judiciais como práticas recorrentes na corporação.
Fonte: LUSA – 10.03.2015
Sem comentários:
Enviar um comentário