O presidente do Partido para Paz Democracia e Desenvolvimento (PDD), Raúl Domingos, apontou, na sua intervenção, vários factores que estão na origem da actual crise político-militar no país, destacando a intolerância e exclusão como os principais. “Em Moçambique, os partidos políticos sofrem, com dureza, a exclusão, a intolerância e a perseguição política, económica, social e cultural”, disse Domingos.
Para Raúl Domingos, Moçambique “estava no bom caminho” para implantar a cultura de paz, a cultura de democracia e a cultura de tolerância. Todavia, tal progresso começa a desmoronar a partir de 2005. Desde então, “instalou-se, no país, uma situação política” caracterizada pela “exclusão, intolerância, segregação, discriminação e a partidarização progressiva da Administração e Função Públicas, da Polícia, dos Serviços de Segurança do Estado e das Forças Armadas.”
Nos meios políticos e académicos, foi lançado com alguma insistência um debate, induzindo a sociedade moçambicana a assumir que o Acordo Geral de Paz é um documento extemporâneo e caduco e, por isso, inválido e sem relevância. No entender de Domingos, os protagonistas desta tese nunca indicaram a data a partir da qual se deve considerar o documento da paz sem validade. “Trata-se, como é evidente, de um caso inédito, em que alguém que ama a paz declara a nulidade do único documento que, após décadas de conflito, pôs termo à guerra, mãe de todas as desgraças, e instaura uma paz efectiva para Moçambique”.
Fonte: O País online - 28.11.2013
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