Por Marques Malua
Ontem, o povo comportou-se civilizadamente, dentro das regras de um Estado democrático, nos precisos preceitos do império e primazia da Constituição da República e das leis.
Com a marcha, o povo levantou-se, tomou a palavra e, exercendo a sua liberdade, expressou-se e disse alto e em bom-tom a primeira, de entre muitas coisas que não quer: Insegurança – manifestada sob diversas formas entre as quais, raptos, sequestros, ataque e destruições. E também disse alto e em bom-tom a primeira, de entre muitas coisas que necessita: Paz – paz de espírito, paz psicológica, paz económica, paz política, paz física, paz jurídica e judiciária, paz plena para trabalhar, educar os seus filhos e desenvolver o País.
Como vai reagir o Governo agora? Será que a sua Excelência Presidente da República de Moçambique, Chefe de Estado e das Forças de Defesa e Segurança, Comandante em Chefe, representante de todos nós por força das últimas eleições presidenciais legalmente realizadas, o Senhor Armando Emílio Guebuza e o seu elenco de ministros vai responder a contento à este acto de cidadania?
Será que é desta vez que verei a sua Excelência o Senhor Ministro do Interior juntamente com a outra sua Excelência Comandante Geral das Polícias que temos, a saírem dos gabinetes com ares condicionados e cheirinho refrescante, e pegar todos os meios que o Estado lhes confere, perseguir e apanhar todos os raptores, sequestradores e aqueles que andam a atacar civis e carros e trazê-los imediatamente ao banco dos réus para serem julgados?
Ou será que é desta vez que vamos vê-los a, finalmente, demitirem-se civilizadamente reconhecendo a sua incapacidade de gerir os destinos de todos nós e de garantir um mínimo de segurança? Este governo tem tido que está aberto ao diálogo com o povo. Está aqui uma eloquente oportunidade. Aqui o povo já disse as primeiras palavras. Agora, o governo tem que responder. Só que a conversa de hoje, este diálogo que se iniciou ontem, é com actos concretos e não com discursos. Como será?
Fonte: Diálogo sobre Mocambique - 01.11.2013
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