quinta-feira, novembro 14, 2013

“Com 1% do orçamento das armas acabava com a malária”

Que análise faz do cená­rio político em Moçambique, sobretudo da sobrevivência do processo democrático?

Do orçamento para a com­pra de armas, eu só gostaria de ter um por cento para re­solver o problema da malária no país e melhorar a dieta alimentar dos cidadãos. Este é o momento de nós desen­volvermos confiança mútua e universal, mas, infelizmen­te, quando alguém se arma cada vez mais, significa que há uma desconfiança.

A arma é má conselheira, a arma não é para matar os mosquitos que nos causa a malária, é para matar o ser humano. Devemos ser guardadores uns dos ou­tros e não assassinos uns dos outros, porque, quando alguém vai procurar arma, está a dizer que está pronto para assassinar os outros. Num país como o nosso, devemos pensar muitas ve­zes antes de engrossarmos o nosso stock em termos de armamento, principalmente quando tomamos em consi­deração os vários aspectos de necessidades que existem no nosso seio: educação, saúde, alimentação (...). É preciso haver uma grande transpa­rência nestas questões.

Com este extremar de po­sições entre as partes, com mortes de civis e militares, como é que saímos desta situ­ação?

Diálogo! Sem o diálogo vão as armas e só nos matamos uns aos outros. Convido todo aquele que acha que está a ser um obstáculo ao diálogo para se arrepender e perguntar aos outros o que deve fazer.


Fonte: O País online - 14.11.2013

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