quinta-feira, novembro 07, 2013

Cerca de 600 ex-agentes da "secreta" protestam frente a Presidência

Cerca de 600 ex-agentes dos Serviços de Informação e Segurança do Estado moçambicano (SISE) "fintaram" hoje a polícia e concentraram-se frente à Presidência da República para pressionar o chefe de Estado a recebê-los.

Numa situação invulgar para um dos locais mais guarnecidos do país, os antigos membros dos serviços secretos moçambicanos conseguiram concentrar-se a cerca de 300 metros de uma das principais entradas do edifício onde está o gabinete oficial do Presidente, Armando Guebuza.

A súbita presença do grupo obrigou a segurança do chefe de Estado a montar um cordão de segurança ao longo de alguns metros da vedação dos escritórios.

Passados cerca de 30 minutos, sete representantes do grupo foram autorizados a entrar nas instalações da Presidência da República para um encontro com quadros do gabinete presidencial e da direcção do SISE.


Em declarações à Lusa, o coordenador dos Desmobilizados da Segurança do Estado, como se autodenomina o grupo, Adolfo Beira, afirmou que a acção visava pressionar o chefe de Estado moçambicano a recebê-los.

Segundo Adolfo Beira, o grupo pretende reclamar junto do Presidente moçambicano pela "pensão miserável" que os seus membros recebem e pelo atraso no pagamento do "subsídio de reinserção social especial".

"Nem devia dizer a pensão que os desmobilizados dos serviços de segurança do Estado recebem, mas são 600 meticais, mínimo, (cerca de 15 euros) e dois mil meticais, máximo (cerca de 50 euros)", disse o coordenador do grupo.

Durante o encontro no gabinete do Presidente moçambicano, os colaboradores do chefe de Estado, cujos nomes Adolfo Beira recusou indicar, prometeram dar uma resposta dentro de uma ou duas semanas sobre a possibilidade de uma audiência com Armando Guebuza ou outras vias de solução das reivindicações do grupo.

"Somos estrategas, mandámos alguns colegas concentrarem-se no Ministério dos Combatentes, para fintar a polícia, e nós fomos à Presidência", disse o coordenador do grupo sobre a proeza de se terem concentrado num local onde é normalmente proibido qualquer agrupamento de pessoas estranhas.

Fonte: LUSA - 07.11.2013

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