segunda-feira, junho 11, 2012

Cinquenta autocarros alocados à FEMATRO podem ser recolhidos

OS cinquenta autocarros concedidos pelo Estado à Federação Moçambicana dos Transportadores Rodoviários (FEMATRO), a título de crédito, podem ser recolhidos pela falta de pagamento das prestações referentes ao financiamento da sua aquisição.

A posição foi apresentada pelo Fundo de Desenvolvimento dos Transportes e Comunicações (FTC), entidade envolvida na aquisição e concessão dos autocarros, que alega a falta de pagamento de um valor de mais de 9 milhões de meticais, com tendência ao agravamento, que foram envolvidos na compra dos veículos.

Fonte do FTC garante que a FEMATRO já foi notificada para cumprir a sua parte no contrato, de modo a que se possa ter o retorno do investimento efectuado em 2010, como forma de minimizar a crise de transporte que abalava as cidades de Maputo e Matola.

A ameaça de retirada dos autocarros surge em virtude de a falta de pagamento das prestações estar a impedir o cumprimento do projecto de aquisição faseada de um total de 400 autocarros para o sector privado.

O memorando de entendimento para a compra destes autocarros foi financiado entre as partes, sendo que o primeiro lote de 50 autocarros foi adquirido em 2010. Na ocasião, a FEMATRO comprometeu-se a reembolsar 50 por cento dos juros e 90 por cento do capital, ficando o remanescente sob responsabilidade do FTC.

O financiamento foi aprazado para 5 anos e volvido cerca de ano e meio da vigência do contrato, segundo FTC, os mutuários não estão a honrar o compromisso assumido.

Entretanto, o vice-presidente da FEMATRO, Luís Munguambe, contrariou estas afirmações afirmando que a sua organização está a efectuar o pagamento das prestações possuindo comprovativos dos depósitos efectuados.

“Podem existir falhas na ordem de 10 a 15 por cento com uma e outra empresa, mas a situação não pode ser generalizada a ponto de o FTC afirmar que a FEMATRO não está a honrar os seus compromissos”, afirmou Munguambe.

Explicou que mesmo que tal situação esteja a ocorrer não pode ser por má-fé dos operadores de transporte, mas sim das condições que não permitem o cumprimento dos prazos. Como exemplo disso, apontou o caso de uma das empresas beneficiárias que esteve três meses sem efectuar os pagamentos e a FEMATRO entendeu por bem retirar os três autocarros e alocar a outras companhias para serem rentabilizados.

“Temos muitas dificuldades e uma delas é a questão da tarifa que não compensa o custo da manutenção, por exemplo”, disse Luís Munguambe, acrescentando que as onze empresas beneficiárias dos autocarros estão a um ritmo de pagamento na ordem de 80 a 90 por cento da divida, podendo provar em caso de necessidade.

Refira-se que caso a intenção do FTC de retirar os autocarros se concretize, as cidades de Maputo e Matola voltarão a ver a crise de transporte a agudizar-se, visto que nos dias de hoje, mesmo com os 50 autocarros em circulação, os munícipes enfrentam dificuldades para chegar aos seus destinos.

Fonte: Jornal Notícias - 11.06.2012

2 comentários:

Anónimo disse...

Nguiliche

Talvez se esqueceram de pagar as luvas!

Reflectindo disse...

Até pode ser, porém, ainda preciso de saber de quem mesmo faz parte da FEMATRO. Ora mesmo que os aiutocarros se recolham, a FEMATRO deve ao Estado.