Milhares de
manifestantes, reunidos aos gritos de "A Rússia será livre",
protestaram em Moscou nesta terça-feira contra o terceiro mandato do presidente
Vladimir Putin, apesar da forte repressão da polícia aos líderes da oposição no
dia anterior.
A multidão,
composta por jovens que, em sua maioria, usavam fitas brancas, símbolo do
movimento, seguiram por uma importante avenida até a Praça Pushkin, enquanto
Putin lançou ameaças, em um discurso para marcar o feriado nacional russo, de
que nenhum tipo de levante será tolerado.
Um dos
organizadores diz que a chamada "Marcha dos Milhões" reuniu mais de
100.000 pessoas. Já o departamento de polícia da capital russa contabilizou
apenas 18.000 participantes.
No entanto,
imagens aéreas da manifestação principal pareciam mostrar pelo menos o dobro do
número informado pela polícia.
"Queridos
amigos, estão com medo de nós e nós não temos medo deles", afirmou o
veterano líder opositor Boris Nemtsov para uma multidão sorridente na avenida
Sakharov, cenário parecido com o das manifestações de seis meses atrás.
O protesto
acontece em um clima de tensão, depois que dezenas de casas de líderes da
oposição foram revistadas na segunda-feira, ato condenado por Washington e que
fez surgir o temor de que o ex-agente da KGB possa levar o país a um retrocesso
político.
Quase todos os
líderes da mobilização estavam ausentes, convocados por um comitê de
investigação para falar sobre os confrontos durante a manifestação de 6 de
maio.
Putin prometeu
nesta terça-feira que não permitirá que seus seis anos de mandato sejam
abalados por revoltas.
"Não podemos
aceitar nada que enfraqueça nosso país e divida a sociedade", declarou
Putin em um evento para o feriado nacional russo. "Qualquer decisão ou
medida que leve a distúrbios sociais e econômicos é inaceitável".
Analistas veem o
movimento como o maior desafio já enfrentado pelo homem forte em seu 12 anos de
dominação na Rússia como presidente e primeiro-ministro.
Putin, por sua
vez, preferiu responder aos protestos com repressão e acusou diversas vezes o
Departamento de Estado dos Estados Unidos de incitar indiretamente os protestos
com verba.
A porta-voz do
Departamento de Estado, Victoria Nuland, indicou que na segunda-fera que
Washington "está profundamente preocupado com aparente perseguição a
líderes da oposição russa na véspera da data planejada para a
manifestação".
Fonte: AFP in TIM
12/06/2012
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