Bissau, 05 fev (Lusa) - Kumba Ialá, presidente do PRS, maior partido da oposição na Guiné-Bissau, chegou hoje a Bissau para se candidatar a Presidente da República e "ganhar as eleições" de 18 de março.
Kumba Ialá, que tem vivido nos últimos anos no estrangeiro, chegou esta manhã ao aeroporto de Bissau, de forma discreta, e vai prestar também hoje homenagem a Malam Bacai Sanhá, o Presidente eleito que morreu a 09 de janeiro passado, de doença, levando a eleições antecipadas.
"Eu venho para ficar, para me apresentar às eleições presidenciais e ganhar. Não tenho adversários. Sem sombra de dúvidas. Se quisermos transparência não tenho adversário, porque ninguém está em condições de discutir comigo a política, que é a discussão pelo futuro de um Estado", disse.
Em declarações aos jornalistas no aeroporto deixou para os guineenses uma mensagem "de paz, de estabilidade, de diálogo e de tolerância", advertindo que é preciso compreender que a Guiné-Bissau não está ao mesmo nível de outros, da sub-região e do mundo, de onde é preciso "copiar a democracia".
"Temos de privilegiar o diálogo, a paz, a tolerância, para consolidar as relações externas com outros Estados, em primeiro lugar com Portugal" que não é "um país estrangeiro" mas sim "um país irmão", disse Kumba Ialá.
Sempre a falar de "democracia como espaço de diálogo", admitiu que possa haver outros candidatos a Presidente na esfera do PRS (Partido da Renovação Social), mas pediu também a toda a oposição que forme "uma aliança" em torno da sua candidatura.
"Porque o que queremos é transformar o país, criar uma nova geração de políticos e de organização do Estado da Guiné-Bissau dentro de um espírito de paz, solidariedade e estabilidade, para o interesse de todos os guineenses", justificou, acrescentando que irá "honrar e dignificar" os antigos combatentes.
"Conto com o apoio de todos os partidos políticos que queiram a alternância, a mudança. O PAIGC já dirigiu o país durante 30 e tal anos, nós assistimos àquilo que eles trouxeram ao país, não queremos que isso se repita na nossa geração, somos outra geração, de paz, estabilidade e solidariedade", frisou Kumba Ialá.
Justificando o seu silêncio nos últimos anos por não se querer intrometer nem perturbar quem estava a dirigir o país, e também não querendo fazer comentários à situação atual da Guiné-Bissau precisamente porque esteve fora, deixou uma promessa caso seja eleito: o perdão total de "todos os erros do passado".
"[Vou] amnistiar todos, mesmo os que fizeram um golpe de Estado contra mim. Não tenho rancor contra ninguém. Temos uma perceção do país e do mundo diferente, perdoarei a todos sem exceção", disse.
E depois, porque é contra a " ditadura, a repressão, a exclusão", porque é a favor "da vida humana, da unidade nacional, do país, da solidariedade", serão transformados em museus "os ministérios onde o PAIGC (partido no poder) fechava e prendia as pessoas".
Fonte: Notícias Sapo - 05.02.2012
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