O PRESIDENTE cessante do município de Nacala-Porto, Manuel dos Santos (na foto), disse esta semana que está a ser alvo de ameaças de morte protagonizadas por alguns membros seniores do partido Renamo, do qual é militante há décadas.
Segundo ele, as ameaças que lhe têm sido feitas de forma sistemática por via de chamadas e mensagens telefónicas se devem ao facto de se ter recusado a cumprir a orientação do líder do seu partido, Afonso Dhlakama, de não entregar a gestão da edilidade aos órgãos autárquicos eleitos, alegadamente por o escrutínio referente à segunda volta ter sido fraudulento.
Manuel dos Santos explicou que o conteúdo das chamadas telefónicas e das mensagens alertam-no para o facto de se preparar para a morte, a qual poderá acontecer a qualquer momento, ainda que peça protecção policial, por desobediência e traição ao partido, incluindo o seu dirigente máximo.
Adianta que há cerca de duas semanas três influentes membros e ex-guerrilheiros da Renamo com a patente de generais, nomeadamente César Alberto, Saimone Macuiana e um tal Mainga, foram enviados a Nacala-Porto por ordens de Afonso Dhlakama, para influenciá-lo no sentido de não entregar o município a Chale Ossufo, bem como orientar os membros daquele partido escolhidos para fazer parte da Assembleia Municipal para não participarem na cerimónia de investidura havida segunda-feira última.
Os três generais da Renamo estiveram na cidade de Nacala-Porto e chegaram a marcar um encontro por via telefónica para se encontrarem comigo e assim me transmitirem a mensagem que traziam do presidente da Renamo. Estranhamente eles não chegaram a falar comigo, mas com outros membros da cúpula a nível distrital e passados alguns dias soube que regressaram a Nampula e depois a Maputo - disse Manuel dos Santos.
Os membros da Assembleia Municipal eleitos pela Renamo não chegaram a tomar posse, cumprindo assim a orientação superior do seu partido.
Recentemente, a Renamo em Nacala-Porto acusou Manuel dos Santos de traição ao seu partido depois que anunciou a intenção de entregar o município de Nacala-Porto aos órgãos autárquicos eleitos nas terceiras eleições municipais e segunda volta das presidenciais.
O político referiu que não duvida da possibilidade de vir a ser expulso do partido, acrescentando que vai acolher essa possível decisão com muita tranquilidade, pois reconhece que agiu em respeito aos órgãos de soberania e ao Estado moçambicano em geral.
Jamais me sentirei arrependido por entregar o município aos justos vencedores das eleições autárquicas recentemente realizadas, igualmente não vou mergulhar em actos ilícitos que só podem contribuir para o atraso do desenvolvimento da cidade de Nacala-Porto de que sou munícipe e guardo-a no meu coração. – finalizou.
Fonte: Notícias
Nota do Reflectindo:
Se em Nacala-Porto e, sobretudo, nesta segunda volta houve vencedor justo, tenho dúvidas. Só se for vencedor justo a lá moçambicana, aí não vou discutir. Também discuto a forma como se faz a justiça eleitoral em Moçambique. Até aqui não estou entender de como é possível que funcionários eleitorais que foram detectados a invalidar votos, prática de um crime, estejam em liberdade.
Porém, uma coisa é certa, Manuel dos Santos agiu duma forma muito prudente, porque sabemos do que seria a consequência - um banho de sangue como sempre tem sido. Enviarem pessoas para Nacala para irem provocar mortes não é justo. Quem quer disputar coisas a sério, faz isso em Maputo onde se encontra o governo central. Em parte esta é a consequência do ambiente criado pela própria liderança da Renamo, que mostrou ao eleitorado que não era séria. Que se deixe o Santos em paz!
Segundo ele, as ameaças que lhe têm sido feitas de forma sistemática por via de chamadas e mensagens telefónicas se devem ao facto de se ter recusado a cumprir a orientação do líder do seu partido, Afonso Dhlakama, de não entregar a gestão da edilidade aos órgãos autárquicos eleitos, alegadamente por o escrutínio referente à segunda volta ter sido fraudulento.
Manuel dos Santos explicou que o conteúdo das chamadas telefónicas e das mensagens alertam-no para o facto de se preparar para a morte, a qual poderá acontecer a qualquer momento, ainda que peça protecção policial, por desobediência e traição ao partido, incluindo o seu dirigente máximo.
Adianta que há cerca de duas semanas três influentes membros e ex-guerrilheiros da Renamo com a patente de generais, nomeadamente César Alberto, Saimone Macuiana e um tal Mainga, foram enviados a Nacala-Porto por ordens de Afonso Dhlakama, para influenciá-lo no sentido de não entregar o município a Chale Ossufo, bem como orientar os membros daquele partido escolhidos para fazer parte da Assembleia Municipal para não participarem na cerimónia de investidura havida segunda-feira última.
Os três generais da Renamo estiveram na cidade de Nacala-Porto e chegaram a marcar um encontro por via telefónica para se encontrarem comigo e assim me transmitirem a mensagem que traziam do presidente da Renamo. Estranhamente eles não chegaram a falar comigo, mas com outros membros da cúpula a nível distrital e passados alguns dias soube que regressaram a Nampula e depois a Maputo - disse Manuel dos Santos.
Os membros da Assembleia Municipal eleitos pela Renamo não chegaram a tomar posse, cumprindo assim a orientação superior do seu partido.
Recentemente, a Renamo em Nacala-Porto acusou Manuel dos Santos de traição ao seu partido depois que anunciou a intenção de entregar o município de Nacala-Porto aos órgãos autárquicos eleitos nas terceiras eleições municipais e segunda volta das presidenciais.
O político referiu que não duvida da possibilidade de vir a ser expulso do partido, acrescentando que vai acolher essa possível decisão com muita tranquilidade, pois reconhece que agiu em respeito aos órgãos de soberania e ao Estado moçambicano em geral.
Jamais me sentirei arrependido por entregar o município aos justos vencedores das eleições autárquicas recentemente realizadas, igualmente não vou mergulhar em actos ilícitos que só podem contribuir para o atraso do desenvolvimento da cidade de Nacala-Porto de que sou munícipe e guardo-a no meu coração. – finalizou.
Fonte: Notícias
Nota do Reflectindo:
Se em Nacala-Porto e, sobretudo, nesta segunda volta houve vencedor justo, tenho dúvidas. Só se for vencedor justo a lá moçambicana, aí não vou discutir. Também discuto a forma como se faz a justiça eleitoral em Moçambique. Até aqui não estou entender de como é possível que funcionários eleitorais que foram detectados a invalidar votos, prática de um crime, estejam em liberdade.
Porém, uma coisa é certa, Manuel dos Santos agiu duma forma muito prudente, porque sabemos do que seria a consequência - um banho de sangue como sempre tem sido. Enviarem pessoas para Nacala para irem provocar mortes não é justo. Quem quer disputar coisas a sério, faz isso em Maputo onde se encontra o governo central. Em parte esta é a consequência do ambiente criado pela própria liderança da Renamo, que mostrou ao eleitorado que não era séria. Que se deixe o Santos em paz!
2 comentários:
Parabens a M. dos Santos pela sua coragem! Para quando o fim da fraude eleitoral? Maria Helena
Só se houver partido e cidadãos a combater fraudes. Em Mocambique não temos combatentes à fraude eleitoral. Admiro que a própria Renamo não leve o caso comprovado de fraude eleitoral em Nacala ao tribunal. Ela espera de quem?
Penso que a atitude da Renamo mostra que tudo passou de negociata entre Afonso Dhlakama e a Frelimo.
Não terão razão os que acham que um dia Afonso Dhlakama dirá que a Renamo não tem razão de existir?
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