Cerimónia central do Dia da Mulher, na Beira
Beira (Canal de Moçambique) - Na cidade da Beira, capital da província de Sofala, as cerimónias centrais do Dia da Mulher Moçambicana, ontem assinalado, tiveram uma característica sem precedentes. O presidente do recém criado MDM tomou parte e surpreendeu tudo e todos favoravelmente.
Passados que são 17 anos da assinatura dos acordos de Paz, assinalado em Roma, entre o Governo da Frelimo e a Renamo, sem que o partido de Afonso Dhlakama participasse em eventos deste tipo, um dado novo surgiu na maneira de estar nestas datas que sempre foram monopolizadas pelo Partido Frelimo. Em data que tem a sua origem no processo da luta pela Independência Nacional conquistada por uma ampla frente de moçambicanos com visões distintas sobre a forma de governação do país, Daviz Simango, expulso que foi da Renamo e agora a dirigir um movimento que integra dissidentes daquela formação e até da Frelimo e outros partidos para além de moçambicanos que até agora se abstinham de ter qualquer opção partidária, foi tomar parte nas cerimónias centrais alusivas à Mulher Moçambicana.
Depois de anos de protagonismo frelimista em torno da data, o presidente do recentemente constituído Movimento Democrático Moçambicano (MDM), Daviz Simango, veio quebrar a partidarização da data, ao participar no evento, juntando-se, desta feita às mulheres moçambicanas em geral; às membros da Organização da Mulher Moçambicana (OMM) – uma organização de massas da Frelimo; figuras do governo de Sofala, elementos da sociedade civil, e população na sua asserção mais alargada.
A cerimónia teve inicio com uma pequena marcha, da Munhava até à ao Monumento dos Heróis Moçambicanos, no bairro da Chota, arredores da urbe, onde o secretário permanente do Governo de Sofala, António Máquina – o governador Vaquina não esteve – fez a deposição de uma coroa de flores em memória a Josina Machel, que morreu nesta data ainda quando a Frente de Libertação de Moçambique lutava pela Independência Nacional.
Depois da deposição da coroa de flores, seguiram-se actividades culturais, um rol de discursos apresentados pela encarregada do governo na cidade da Beira, Cremilda Sabino, secretária provincial da OMM, Isaura Júlio, Associação dos Combatentes de Luta de Libertação Nacional (ACLLIN) e António Máquina em representação do governador da província.
No seu discurso, a secretária provincial da OMM, Isaura Júlio, falou sobre a necessidade da mulher moçambicana desempenhar um papel preponderante na erradicação da pobreza absoluta, para além de se tornar activa no combate à violência doméstica e HIV/SIDA. Destacou também o empenho de Josina Machel durante a guerra de libertação nacional.
Enquanto isto, a representante do Governo na cidade da Beira, Cremilda Sabino, afirmou que o plano quinquenal do Governo assenta no envolvimento da mulher em todas as esferas de luta em prol do desenvolvimento de Moçambique.
Já Daviz Simango, que é presidente do Conselho Municipal da Beira e presidente do MDM, centrou o seu discurso na tónica de que o 7 de Abril é uma data de festa de toda a mulher moçambicana, independentemente do seu credo religioso e inclinação partidária ou ideológica. “Nós apelamos ao não partidarismo nesta data, de forma a comemorarmo-la em ambiente de harmonia, amor, paixão, paz e consolidarmos a nossa moçambicanidade dentro da diversidade” disse Daviz Simango, edil da Beira e presidente do MDM.
Entretanto, vários jornalistas abordados pelo «Canal de Moçambique» não esconderam a sua satisfação pelo facto de pela primeira vez a data ter juntado várias sensibilidades políticas que até dialogaram entre si, pondo de lado as divergências partidárias e ideológicas passando apenas privilegiar a quem se dirigia a homenagem.
(Adelino Timóteo)
Retirado do Canal de Moçambique
Beira (Canal de Moçambique) - Na cidade da Beira, capital da província de Sofala, as cerimónias centrais do Dia da Mulher Moçambicana, ontem assinalado, tiveram uma característica sem precedentes. O presidente do recém criado MDM tomou parte e surpreendeu tudo e todos favoravelmente.
Passados que são 17 anos da assinatura dos acordos de Paz, assinalado em Roma, entre o Governo da Frelimo e a Renamo, sem que o partido de Afonso Dhlakama participasse em eventos deste tipo, um dado novo surgiu na maneira de estar nestas datas que sempre foram monopolizadas pelo Partido Frelimo. Em data que tem a sua origem no processo da luta pela Independência Nacional conquistada por uma ampla frente de moçambicanos com visões distintas sobre a forma de governação do país, Daviz Simango, expulso que foi da Renamo e agora a dirigir um movimento que integra dissidentes daquela formação e até da Frelimo e outros partidos para além de moçambicanos que até agora se abstinham de ter qualquer opção partidária, foi tomar parte nas cerimónias centrais alusivas à Mulher Moçambicana.
Depois de anos de protagonismo frelimista em torno da data, o presidente do recentemente constituído Movimento Democrático Moçambicano (MDM), Daviz Simango, veio quebrar a partidarização da data, ao participar no evento, juntando-se, desta feita às mulheres moçambicanas em geral; às membros da Organização da Mulher Moçambicana (OMM) – uma organização de massas da Frelimo; figuras do governo de Sofala, elementos da sociedade civil, e população na sua asserção mais alargada.
A cerimónia teve inicio com uma pequena marcha, da Munhava até à ao Monumento dos Heróis Moçambicanos, no bairro da Chota, arredores da urbe, onde o secretário permanente do Governo de Sofala, António Máquina – o governador Vaquina não esteve – fez a deposição de uma coroa de flores em memória a Josina Machel, que morreu nesta data ainda quando a Frente de Libertação de Moçambique lutava pela Independência Nacional.
Depois da deposição da coroa de flores, seguiram-se actividades culturais, um rol de discursos apresentados pela encarregada do governo na cidade da Beira, Cremilda Sabino, secretária provincial da OMM, Isaura Júlio, Associação dos Combatentes de Luta de Libertação Nacional (ACLLIN) e António Máquina em representação do governador da província.
No seu discurso, a secretária provincial da OMM, Isaura Júlio, falou sobre a necessidade da mulher moçambicana desempenhar um papel preponderante na erradicação da pobreza absoluta, para além de se tornar activa no combate à violência doméstica e HIV/SIDA. Destacou também o empenho de Josina Machel durante a guerra de libertação nacional.
Enquanto isto, a representante do Governo na cidade da Beira, Cremilda Sabino, afirmou que o plano quinquenal do Governo assenta no envolvimento da mulher em todas as esferas de luta em prol do desenvolvimento de Moçambique.
Já Daviz Simango, que é presidente do Conselho Municipal da Beira e presidente do MDM, centrou o seu discurso na tónica de que o 7 de Abril é uma data de festa de toda a mulher moçambicana, independentemente do seu credo religioso e inclinação partidária ou ideológica. “Nós apelamos ao não partidarismo nesta data, de forma a comemorarmo-la em ambiente de harmonia, amor, paixão, paz e consolidarmos a nossa moçambicanidade dentro da diversidade” disse Daviz Simango, edil da Beira e presidente do MDM.
Entretanto, vários jornalistas abordados pelo «Canal de Moçambique» não esconderam a sua satisfação pelo facto de pela primeira vez a data ter juntado várias sensibilidades políticas que até dialogaram entre si, pondo de lado as divergências partidárias e ideológicas passando apenas privilegiar a quem se dirigia a homenagem.
(Adelino Timóteo)
Retirado do Canal de Moçambique
2 comentários:
Um verdadeiro exemplo para todos os Mocambicanos. Maria Helena
E a imprensa oficiosa evitou publicar um acto inédito.
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