Por Antonio Eduardo
É MUITA a prosa escrita sobre o Continente Africano. Não se compara com nada, o que se passa neste continente. A fome e a subnutrição são temas permanentes em conferências de estudiosos, cientistas e políticos. Os artistas têm nestes assuntos uma constante, falando de inspiração.
Passa-se fome, de facto. Os alimentos produzidos não chegam a todas as bocas necessitadas. As colheitas não são na proporção certa das sementeiras. As sementes não são todas de qualidade. Germinam umas e morrem outras. As culturas não resistem aos diferentes comportamentos do sistema atmosférico. As águas das chuvas alagam e arrastam consigo nas suas correrias mortais as plantas que são a esperança dos camponeses. O calor tórrido típico do continente cai implacável sobre o que seriam calorias para o sustento de milhões de africanos. Sendo a agricultura a maior fonte de sustento de África, o seu baixo rendimento, condicionado pelas condições naturais, é a sentença que castiga os habitantes deste pobre continente. Fragilizados pela fome e pela nudez, os filhos de África são alvos fáceis das doenças de toda a espécie.
Em condições de pobreza absoluta, a da maioria populacional de cada país, eventualmente, poucas são as pessoas que têm acesso à Educação, onde os programas de governação priorizem a formação. Dentre os poucos africanos formados, dizem certas revelações que são poucos os chamados cérebros que colaboram na administração dos seus países. As razões desta contradição são identificadas com os modelos de governação adoptados, os quais afastam a inteligência dos círculos do poder. Os salários da função pública e outras regalias só são atractivos nos níveis mais altos da direcção. Assim, as pessoas que obtenham diplomas de boa formação académica, científica e técnica não conseguem espaços em lugares donde possam contribuir para o desenvolvimento do seu país. São forçadas a desertar, à procura de empregos que lhes dêem a dignidade que merecem, no estrangeiro ou em empresas de importância não fulcral no desenvolvimento nacional. O que conta é que paguem bem e isso chega a ser suficiente para vingar esta marginalização a que se sujeitam os que deveriam estar em lugar de utilidade, nos destinos do país.
As políticas de governação adoptadas não conseguem ser convincentemente de benefício da maioria. Por isso e por ambição dos ambiciosos, os golpes de Estado são parte dos fenómenos africanos. Cada grupo governante introduz as suas políticas de "desenvolvimento". Nenhuma política continua a anterior. Nada se consolida. Tudo o que foi do regime anterior é para se apagar. A prioridade está na mudança dos gostos do conforto. O resto, vê-se.
Os dirigentes africanos reúnem-se regularmente para debater os problemas do continente. Anos depois, decidem dar outro figurino à máquina administrativa das organizações que criaram. Não se vêem os resultados dos gastos que estas reuniões representam. Haja alguma vez um resultado que se exiba aos africanos que não precisam de entender de política para verem os resultados.
Notícias (2006-09-13)
É MUITA a prosa escrita sobre o Continente Africano. Não se compara com nada, o que se passa neste continente. A fome e a subnutrição são temas permanentes em conferências de estudiosos, cientistas e políticos. Os artistas têm nestes assuntos uma constante, falando de inspiração.
Passa-se fome, de facto. Os alimentos produzidos não chegam a todas as bocas necessitadas. As colheitas não são na proporção certa das sementeiras. As sementes não são todas de qualidade. Germinam umas e morrem outras. As culturas não resistem aos diferentes comportamentos do sistema atmosférico. As águas das chuvas alagam e arrastam consigo nas suas correrias mortais as plantas que são a esperança dos camponeses. O calor tórrido típico do continente cai implacável sobre o que seriam calorias para o sustento de milhões de africanos. Sendo a agricultura a maior fonte de sustento de África, o seu baixo rendimento, condicionado pelas condições naturais, é a sentença que castiga os habitantes deste pobre continente. Fragilizados pela fome e pela nudez, os filhos de África são alvos fáceis das doenças de toda a espécie.
Em condições de pobreza absoluta, a da maioria populacional de cada país, eventualmente, poucas são as pessoas que têm acesso à Educação, onde os programas de governação priorizem a formação. Dentre os poucos africanos formados, dizem certas revelações que são poucos os chamados cérebros que colaboram na administração dos seus países. As razões desta contradição são identificadas com os modelos de governação adoptados, os quais afastam a inteligência dos círculos do poder. Os salários da função pública e outras regalias só são atractivos nos níveis mais altos da direcção. Assim, as pessoas que obtenham diplomas de boa formação académica, científica e técnica não conseguem espaços em lugares donde possam contribuir para o desenvolvimento do seu país. São forçadas a desertar, à procura de empregos que lhes dêem a dignidade que merecem, no estrangeiro ou em empresas de importância não fulcral no desenvolvimento nacional. O que conta é que paguem bem e isso chega a ser suficiente para vingar esta marginalização a que se sujeitam os que deveriam estar em lugar de utilidade, nos destinos do país.
As políticas de governação adoptadas não conseguem ser convincentemente de benefício da maioria. Por isso e por ambição dos ambiciosos, os golpes de Estado são parte dos fenómenos africanos. Cada grupo governante introduz as suas políticas de "desenvolvimento". Nenhuma política continua a anterior. Nada se consolida. Tudo o que foi do regime anterior é para se apagar. A prioridade está na mudança dos gostos do conforto. O resto, vê-se.
Os dirigentes africanos reúnem-se regularmente para debater os problemas do continente. Anos depois, decidem dar outro figurino à máquina administrativa das organizações que criaram. Não se vêem os resultados dos gastos que estas reuniões representam. Haja alguma vez um resultado que se exiba aos africanos que não precisam de entender de política para verem os resultados.
Notícias (2006-09-13)
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