O QUINTO Congresso da Renamo, maior partido da oposição em Moçambique, terá lugar no primeiro semestre de 2007, na provincia de Nampula, segundo revelou ontem, ao "Notícias", o respectrivo porta-voz, Fernando Mazanga, embora sem adiantar as datas.
Ele falava à margem da VIII sessão ordinária do Conselho Nacional daquela agremiação política que vinha decorrendo desde a passada quarta-feira, e cujo término está marcado para hoje, na cidade da Beira, em Sofala.
Tratou-se dum encontro que teve como propósito radiografar a vida interna do partido e delinear estratégias para os próximos pleitos eleitorais que se avizinham no país.
Segundo Fernando Mazanga, os participantes ao encontro assumiram o compromisso de conferir mais vitalidade política à "perdiz", por forma a lograrem sucessos nas eleições para as assembleias provinciais previstas para o próximo ano, autárquicas de 2008 e legislativas e presidenciais do ano seguinte.
"A nossa primeira grande preocupação é criar mecanismos que possam dinamizar e intensificar as nossas actividades, particularmente para respondermos às preocupações dos nossos militantes e parceiros internacionais", referiu.
A fonte disse também que os participantes analisaram "com profundidade" o alegado perigo de retorno do país ao monopartidarismo, bem como de novos conflitos em Mocambique.
Negou, no entanto, que aquela formação política da oposição esteja a caminhar "a reboque de qualquer outro partido", sobretudo da Frelimo, justificando que as realizações em curso se inserem no quadro do programa de acção definido para o quinquénio.
Para hoje, preve-se que seja tornado pública a data e local da realizacao do V Congresso do maior partido da oposicao nacional.
DISSiDENTES CONTESTAM
Enquanto isso, um movimento denominado Junta de Salva.ão da Renamo, integrando elementos do maior partido de oposicao no nosso país, veio quarta-feira a público, a partir da cidade de Chimoio, em Manica, exigir a substituição de Afonso Dhlakama, acusando a sua lideranca de "facilitar às vitórias eleitorais".
Tal exigencia foi prontamente afastada pelo porta-voz do movimento, Fernando Mazanga, para quem nenhum dos elementos da junta pertence a sua formacao política.
Os componentes de tal agremiacao, entre os quais dois ex-deputados e um general fundador do ex-movimento rebelde, dizem pretender acabar com aquilo que chamaram de "privatização" do partido por parte de Afonso Dhlakama, "e criar uma gestao interna democrática".
"O nosso líder está a privatizar completamente o partido. Acontece que quando alguns membros avancam propostas para o melhoramento do partido, ele considera o grupo de rebelde, alegando intenções de derrubá-lo", acusou Aldina Riva, citado pela agência LUSA.
Na entrevista participaram também os ex-deputados da Renamo, Almeida Tambara e Saimone Mutera que, com Aldina e o antigo general e fundador do partido Sebastiao Chapepa, vulgo "Janota" constituem a chamada Junta de Salvação da Renamo.
Para já eles tornaram claro nao ser sua intenção fundar uma nova formação política e acusaram Afonso Dhlakama de estar "a influenciar na desmobilização de muitos membros e eleitores da Renamo" para além de que o presidente "decide quando lhe apetece".
"Até quando combatiamos na guerra, (Dhlakama) ouvia um pouco os conselhos dos outros. O nosso lider está a afundar desta maneira o partido ao não ouvir ninguém", disse Aldina Riva.
Reagindo a estas acusações, o porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga questionou o facto de os integrantes da Junta de Salvação da Renamo aparecerem hoje em público a "atacarem" a "perdiz", depois destes terem abandonado o partido.
Considerou de "saudável" a situação interna no partido, mas reconheceu a existência de "algumas reclamações feitas pela comunidade internacional" sobre o eventual enfraquecimento do maior partido oposicionista em Mocambique.
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