Uma coisa que a banca da Renamo não compreende, penso eu, é como a Frelimo joga para eliminar a Renamo. Ainda não comentei sobre o relatório do DIFD, mas começo pelo que está passando agora na Comissão Permanente da Assembleia da República. Estamos próximos de três eleições: provinciais em 2007, autárquicas em 2008 e legislativas em simultâneo com as presidenciais em 2009, a Frelimo, penso eu, começa controlar a Renamo para lhe neutralizar, usando “rebuçados”. Um 4 x 4 para cada deputado é sim um privilégio para todos os deputados queiram eles venham da Frelimo ou da Renamo e facilmente dá para esquecerem do real problema de transporte em Moçambique, mas como reagem os eleitores? Talvez acabando com Assembleia da República, esse dinheiro (para 4x4) serviria para um comboio de passageiros Nacala-Nampula ou Lumbo-Monapo (isto é para a maioria), apenas para indicar linhas que usei pessoalmente em comboios, mas hoje não os têm.
Como não bastasse, hoje discute-se sobre um aumento salarial na ordem de 27,7 % com um único argumento de comparação aos vencimentos dos membros do Conselho de Ministros. Na notícia que comove aos cidadãos não se diz qual é o salário dos membros do Conselho de Ministros, governadores, porém o vosso vencimento (dos deputados) parte de 24 000 MTn, num país onde um médico, um professor licenciado ou outro técnico superior recebe menos de 10 000 MTn (se eu estiver errado quanto aos salários que alguém me corrijam).
Na mesma sessão, que parece não tratar algo para o povo, se fala de uma clínica especial para deputados que mesmo os países doadores ao OGE de Moçambique (por exemplo Suécia) não o têm. E, não só isso é problemático, mas pelo facto de isso significar uma distância entre deputados e eleitores. Porquê os deputados não podem usar os mesmos hospitais que o simples eleitor usa?
Na minha análise pessoal, concluo que enquanto a oposição, isto é, a Renamo alinhar-se a este tipo privilégios, os eleitores marginalizados em todas áreas, nunca sacrificarão o seu tempo para a machamba ou o comércio informal para votarem aos privilégiados singulares.
Na minha visita a Moçambique, no mês de Julho último, notei que a maioria parte dos deputados da Renamo não ajuda em nada ao funcionamento das suas sedes provinciais ou distritais. Lá notei que quem trabalha pelo partido são os militantes à causa, geralmente sem vencimento nem emprego. O pior é que me informei que certos deputados da Renamo faltam-nos ao respeito porque não exibem as mordomias da Assembleia da República. Isto pode ser uma das causas de fraca votação nas zonas potenciais da Renamo. Algumas sedes deparam-se com problemas de cartões de membros e bandeiras do partido, simplesmente porque os deputados não os levam para lá, segundo um suposto acordo. Informei-me que os deputados da Assembleia da República são os que devem levantar este material em Maputo para os seus círculos eleitorais.
Se uns se convencem pelos privilégios, eu receio que estes sejam uma armadilha para acabar com toda a oposição em Moçambique. Do que imagino é que a Frelimo com possibilidades de estender certo favorecimento aos seus membros, ou até exibir que possa favorecer, incluindo aos desertores da Renamo (que vão ascender ao poder até antes dos militantes à causa da Frelimo), muitos oposicionistas não vão se convencendo que eleições sejam solução do problema da pobreza em Moçambique. Daí, a Frelimo, como sempre quando as abstenções são altas, sairá vencedora talvez mais de 2/3 dos assentos no parlamento como ela pretende – este é o fim da oposição em Moçambique.
O que a bancada da Renamo não capitaliza
Alguns episódios relacionados ao dinheiro e populismo se ocorreram na AR. Para a mundança de bandeira a Frelimo evocou desperdição de dinheiro, mas muito dinheiro já havia se casto para o efeito.
Na discussão sobre os direitos dos membros do Conselho de Estado, a bancada parlamentar da Renamo propôs salários e outros privilégios no órgão maioritariamente composto pelos membros da Frelimo. A Frelimo arranjou um argumento populista, rejeitando a proposta da Renamo e lançando uma propaganda contra a Renamo de que procurava vecimento e outros privilégios para o seu líder.
Sendo a maioria do potencial eleitoral da Renamo uma camada pobre e excluida socio e economicamente, nunca entendo de como os seus deputados são levianos a ponto de que todo o dinheiro nem que isca seja, eles correm para o aprovar.
Como não bastasse, hoje discute-se sobre um aumento salarial na ordem de 27,7 % com um único argumento de comparação aos vencimentos dos membros do Conselho de Ministros. Na notícia que comove aos cidadãos não se diz qual é o salário dos membros do Conselho de Ministros, governadores, porém o vosso vencimento (dos deputados) parte de 24 000 MTn, num país onde um médico, um professor licenciado ou outro técnico superior recebe menos de 10 000 MTn (se eu estiver errado quanto aos salários que alguém me corrijam).
Na mesma sessão, que parece não tratar algo para o povo, se fala de uma clínica especial para deputados que mesmo os países doadores ao OGE de Moçambique (por exemplo Suécia) não o têm. E, não só isso é problemático, mas pelo facto de isso significar uma distância entre deputados e eleitores. Porquê os deputados não podem usar os mesmos hospitais que o simples eleitor usa?
Na minha análise pessoal, concluo que enquanto a oposição, isto é, a Renamo alinhar-se a este tipo privilégios, os eleitores marginalizados em todas áreas, nunca sacrificarão o seu tempo para a machamba ou o comércio informal para votarem aos privilégiados singulares.
Na minha visita a Moçambique, no mês de Julho último, notei que a maioria parte dos deputados da Renamo não ajuda em nada ao funcionamento das suas sedes provinciais ou distritais. Lá notei que quem trabalha pelo partido são os militantes à causa, geralmente sem vencimento nem emprego. O pior é que me informei que certos deputados da Renamo faltam-nos ao respeito porque não exibem as mordomias da Assembleia da República. Isto pode ser uma das causas de fraca votação nas zonas potenciais da Renamo. Algumas sedes deparam-se com problemas de cartões de membros e bandeiras do partido, simplesmente porque os deputados não os levam para lá, segundo um suposto acordo. Informei-me que os deputados da Assembleia da República são os que devem levantar este material em Maputo para os seus círculos eleitorais.
Se uns se convencem pelos privilégios, eu receio que estes sejam uma armadilha para acabar com toda a oposição em Moçambique. Do que imagino é que a Frelimo com possibilidades de estender certo favorecimento aos seus membros, ou até exibir que possa favorecer, incluindo aos desertores da Renamo (que vão ascender ao poder até antes dos militantes à causa da Frelimo), muitos oposicionistas não vão se convencendo que eleições sejam solução do problema da pobreza em Moçambique. Daí, a Frelimo, como sempre quando as abstenções são altas, sairá vencedora talvez mais de 2/3 dos assentos no parlamento como ela pretende – este é o fim da oposição em Moçambique.
O que a bancada da Renamo não capitaliza
Alguns episódios relacionados ao dinheiro e populismo se ocorreram na AR. Para a mundança de bandeira a Frelimo evocou desperdição de dinheiro, mas muito dinheiro já havia se casto para o efeito.
Na discussão sobre os direitos dos membros do Conselho de Estado, a bancada parlamentar da Renamo propôs salários e outros privilégios no órgão maioritariamente composto pelos membros da Frelimo. A Frelimo arranjou um argumento populista, rejeitando a proposta da Renamo e lançando uma propaganda contra a Renamo de que procurava vecimento e outros privilégios para o seu líder.
Sendo a maioria do potencial eleitoral da Renamo uma camada pobre e excluida socio e economicamente, nunca entendo de como os seus deputados são levianos a ponto de que todo o dinheiro nem que isca seja, eles correm para o aprovar.
A Renamo devia rejeitar as propostas de aumento de vencimento na ordem de 27.7 % e construção duma clínica especial para os deputados, indo ao público, isto é ao eleitorado para esclarecer os motivos.
António Antique
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