As autoridades da cidade alemã de Dresden anunciaram esta semana que vão baptizar uma praça local com o nome Jorge Gomondai, um moçambicano que em 1991 foi assassinado por "skinheads" (cabeças rapadas).
O nome Jorge Gomondai Platz será atribuído a uma secção da Haupstrasse (Rua Principal) daquele município, disse Marita Schieferdecker-Adolph, um responsável autárquica.
Esta será a primeira vez que uma praça ou rua na República Federal da Alemanha terá o nome de uma vítima de ataque racista, sublinhou Schieferdecker-Adolph, encarregada dos assuntos dos cidadãos estrangeiros residentes em Dresden.
Gomondai morreu há 15 anos na sequência de graves ferimentos causados por um grupo de "skinheads" que o lançou de um autocarro em movimento na Haupstrasse.
O moçambicano tornou-se na primeira vítima mortal de uma onda de violência neonazi na antiga Alemanha de Leste, que eclodiu em 1990, logo após a reunificação com a Alemanha Ocidental.
Gomondai fez parte do grupo dos 16 mil moçambicanos que, ao abrigo de um acordo rubricado na década de 80, entre os governos de Moçambique e da antiga República Democrática da Alemanha, foram contratados para trabalhar em diversas instituições alemãs até à queda do muro de Berlim, no início da década de 1990.
Em 1995, na Praça de Haupstrasse, um grupo de jovens alemães da extrema-direita pintou com cruzes suásticas uma placa evocativa da morte de Gomondai.
Em 2005, registaram-se 959 ataques neonazis na Alemanha, e este tipo de violência deverá continuar a crescer, segundo o Conselho Central de Judeus na Alemanha.
Em 2004, tinham sido registados 776 casos de ataques pelas mesmas motivações. Os estados do Leste da Alemanha, que ainda se ressentem dos efeitos de um alto índice de desemprego, continuam a ser bastião dos movimentos de extrema-direita.
Notícias lusófonas - 2006/09/27
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