A FALTA de água potável que afecta o distrito de Mogovolas, particularmente a sua sede, a vila de Nametil, com uma população estimada em 55 mil habitantes, atingiu níveis insuportáveis, facto que poderá levar o Governo a declarar zona de calamidade visto que a crise ainda está no início, esperando-se que venha a agravar nos meados deste mês até Novembro próximo quando o verão atingir o seu auge.
A vila de Nametil é atravessada por um rio que tem registado normalmente um caudal enorme que, nalgumas vezes, provoca destruições, sobretudo de culturas praticadas pelas populações ao longo das suas margens. Com o registo de chuvas abaixo do normal nas regiões localizadas ao longo da sua bacia, o caudal baixou significativamente de forma prematura.
Outros pequenos recursos hídricos que atravessam a vila de Nametil e o distrito, em geral, encontram-se secos neste momento devido igualmente a baixa precipitação pluviométrica. Este facto complica ainda mais o abastecimento de água potável às populações. O rio Meluli é o único que, neste momento, possui alguma reserva de água, sobretudo na zona onde está instalada a barragem que abastecia a vila de Nametil, entretanto inoperacional devido à obsolescência do seu equipamento.
Contudo, o que se assiste naquele local é quase que inacreditável, com homens, mulheres e crianças concentrados numa margem a cuidarem da sua higiene pessoal e a lavarem as suas roupas e utensílios domésticos, incluindo motorizadas e à sua beira, animais como cabritos, porcos e bois lutando pela água. Um pouco abaixo, outras pessoas captam o precioso líquido para encher os seus recipientes tais como tambores e latas para o uso na confecção de alimentos e para beber sem, contudo, passar pela fervura, o que constitui um perigo para a saúde pública.
Algumas pessoas entrevistadas pela nossa Reportagem afirmam que a maior parte do seu tempo passa a procurarem água para as necessidades básicas e o pouco tempo que sobra é para a prática da agricultura, entre outras actividades de rendimento familiar não havendo, entretanto, espaço para a procura de combustível lenhoso para a fervura da água.
A vila de Nametil acorda nos últimos dias ao barulho ensurdecedor de mulheres e crianças que em caravanas com baldes à cabeça vão lamentando a escassez do precioso líquido na sua caminhada ao rio Meluli. Os poços a céu aberto onde algumas famílias se abasteciam encontram-se secos e abandonados. Igualmente, os furos localizados na vila-sede distrital não funcionam porque o lençol freático está muito abaixo da capacidade de captação das bombas instaladas.
As pessoas que têm condições, em termos de meios de transporte, nomeadamente motos, motorizadas e viaturas, incluindo tractores e respectivos atrelados abastecem-se de água em boas condições para o consumo, num furo localizado numa região que dista a cerca de 20 quilómetros da vila de Nametil.
Nos postos administrativos de Calipo e Iulute, com uma população estimada em 71 mil habitantes, a situação é também crítica. Aquelas regiões debatem-se com a falta do precioso líquido em razão da avaria das bombas manuais instaladas nos furos abertos com financiamento do Governo e parceiros de cooperação. Os poços tradicionais abertos nas margens de riachos e áreas pantanosas, constituem a única alternativa das populações locais para se abastecer do precioso líquido com todos os riscos que acarretam para a saúde por falta de tratamento prévio.
Nos postos administrativos de Muatua e Nanhupo-Rio onde vivem cerca de 50 mil pessoas, a situação melhorou depois que o Governo financiou a abertura de 54 fontes equipadas de respectivas bombas manuais. Segundo apurámos, a intervenção do Governo de Mogovolas visando minimizar a falta de água deveu-se ao facto de Muatua e Nanhupo-Rio serem os primeiros pontos que reportam casos relacionados com diarreias agudas e cólera quase todos os anos, doença que entretanto se expande a todo o distrito devido ao consumo de água contaminada.
ASSENTE EM ROCHA
Estudos geológicos efectuados há décadas indicam que Mogovolas está assentado sobre uma rocha sendo que algumas concavidades constituem o leito de alguns rios que atravessam o distrito. Mogovolas situa-se a cerca de 200 metros do nível médio do mar. Dista igualmente da costa cerca de 100 quilómetros por terra.
Informações colhidas junto de anciãos da região referem que antes da sua elevação à categoria de vila há 47 anos, Nametil possuía cerca de dois mil habitantes, maioritariamente agricultores brancos que se dedicavam à produção de batata reno e criação de gado bovino.
Dos trabalhos feitos na altura visando a abertura de um furo capaz de abastecer de água aos seus habitantes, concluiu-se que a mesma era salobre. Qualquer esforço do Governo no sentido de fazer perfurações para acaptação do precioso líquido não têm surtido efeitos desejados senão quando o trabalho envolve meios mecânicos capazes de fazer furos com grande profundidade que garantam a captação do precioso líquido durante todo o ano tendo, por isso, se optado pela canalização do rio Meluli.
A vila de Nametil é atravessada por um rio que tem registado normalmente um caudal enorme que, nalgumas vezes, provoca destruições, sobretudo de culturas praticadas pelas populações ao longo das suas margens. Com o registo de chuvas abaixo do normal nas regiões localizadas ao longo da sua bacia, o caudal baixou significativamente de forma prematura.
Outros pequenos recursos hídricos que atravessam a vila de Nametil e o distrito, em geral, encontram-se secos neste momento devido igualmente a baixa precipitação pluviométrica. Este facto complica ainda mais o abastecimento de água potável às populações. O rio Meluli é o único que, neste momento, possui alguma reserva de água, sobretudo na zona onde está instalada a barragem que abastecia a vila de Nametil, entretanto inoperacional devido à obsolescência do seu equipamento.
Contudo, o que se assiste naquele local é quase que inacreditável, com homens, mulheres e crianças concentrados numa margem a cuidarem da sua higiene pessoal e a lavarem as suas roupas e utensílios domésticos, incluindo motorizadas e à sua beira, animais como cabritos, porcos e bois lutando pela água. Um pouco abaixo, outras pessoas captam o precioso líquido para encher os seus recipientes tais como tambores e latas para o uso na confecção de alimentos e para beber sem, contudo, passar pela fervura, o que constitui um perigo para a saúde pública.
Algumas pessoas entrevistadas pela nossa Reportagem afirmam que a maior parte do seu tempo passa a procurarem água para as necessidades básicas e o pouco tempo que sobra é para a prática da agricultura, entre outras actividades de rendimento familiar não havendo, entretanto, espaço para a procura de combustível lenhoso para a fervura da água.
A vila de Nametil acorda nos últimos dias ao barulho ensurdecedor de mulheres e crianças que em caravanas com baldes à cabeça vão lamentando a escassez do precioso líquido na sua caminhada ao rio Meluli. Os poços a céu aberto onde algumas famílias se abasteciam encontram-se secos e abandonados. Igualmente, os furos localizados na vila-sede distrital não funcionam porque o lençol freático está muito abaixo da capacidade de captação das bombas instaladas.
As pessoas que têm condições, em termos de meios de transporte, nomeadamente motos, motorizadas e viaturas, incluindo tractores e respectivos atrelados abastecem-se de água em boas condições para o consumo, num furo localizado numa região que dista a cerca de 20 quilómetros da vila de Nametil.
Nos postos administrativos de Calipo e Iulute, com uma população estimada em 71 mil habitantes, a situação é também crítica. Aquelas regiões debatem-se com a falta do precioso líquido em razão da avaria das bombas manuais instaladas nos furos abertos com financiamento do Governo e parceiros de cooperação. Os poços tradicionais abertos nas margens de riachos e áreas pantanosas, constituem a única alternativa das populações locais para se abastecer do precioso líquido com todos os riscos que acarretam para a saúde por falta de tratamento prévio.
Nos postos administrativos de Muatua e Nanhupo-Rio onde vivem cerca de 50 mil pessoas, a situação melhorou depois que o Governo financiou a abertura de 54 fontes equipadas de respectivas bombas manuais. Segundo apurámos, a intervenção do Governo de Mogovolas visando minimizar a falta de água deveu-se ao facto de Muatua e Nanhupo-Rio serem os primeiros pontos que reportam casos relacionados com diarreias agudas e cólera quase todos os anos, doença que entretanto se expande a todo o distrito devido ao consumo de água contaminada.
ASSENTE EM ROCHA
Estudos geológicos efectuados há décadas indicam que Mogovolas está assentado sobre uma rocha sendo que algumas concavidades constituem o leito de alguns rios que atravessam o distrito. Mogovolas situa-se a cerca de 200 metros do nível médio do mar. Dista igualmente da costa cerca de 100 quilómetros por terra.
Informações colhidas junto de anciãos da região referem que antes da sua elevação à categoria de vila há 47 anos, Nametil possuía cerca de dois mil habitantes, maioritariamente agricultores brancos que se dedicavam à produção de batata reno e criação de gado bovino.
Dos trabalhos feitos na altura visando a abertura de um furo capaz de abastecer de água aos seus habitantes, concluiu-se que a mesma era salobre. Qualquer esforço do Governo no sentido de fazer perfurações para acaptação do precioso líquido não têm surtido efeitos desejados senão quando o trabalho envolve meios mecânicos capazes de fazer furos com grande profundidade que garantam a captação do precioso líquido durante todo o ano tendo, por isso, se optado pela canalização do rio Meluli.
Fonte: Notícias (2006-09-02)
2 comentários:
A falta de àgua é também a falta de vontade política , não existe desenvolvimento sem água,é preciso um trabalho de sensibilização às populações para saberem que água dos poços depende da chuva, se população aumentou não houve acompanhamento no acompanhamento das infra-estruturas locais.por outro se problema de água afectasse os homens no geral já estaria meio resolvido, mas é a mulher que carrega esse fardo. se o apoio ao desenvolvimento priorizasse a água aliviava-se o peso nas instituições de saúde, ensino, alimentação, educação e o ambiente , é uma pena. os que vivem na cidade de pedra não entendem e não sabem que são atingidos por este flagelo por arrastamento.
A falta de àgua é também a falta de vontade política , não existe desenvolvimento sem água,é preciso um trabalho de sensibilização às populações para saberem que água dos poços depende da chuva, se população aumentou não houve acompanhamento no acompanhamento das infra-estruturas locais.por outro se problema de água afectasse os homens no geral já estaria meio resolvido, mas é a mulher que carrega esse fardo. se o apoio ao desenvolvimento priorizasse a água aliviava-se o peso nas instituições de saúde, ensino, alimentação, educação e o ambiente , é uma pena. os que vivem na cidade de pedra não entendem e não sabem que são atingidos por este flagelo por arrastamento.
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