Doravante os melhores professores, materiais e investimentos serão direccionados para Nampula, Cabo Delgado e Niassa como forma de colmatar o desequilíbrio existente nas três províncias quando comparadas com as provincias meridionais de Maputo, Gaza e Inhambane, e as centrais de Manica, Sofala, Zambézia e Tete.
Falando na tarde desta quinta-feira na cerimónia de recepção de três mil livros oferecidos pela Fundação José Abudo, o titular da Educação e Desenvolvimento Humano, Jorge Ferrão, é hoje citado pelo Notícias, a dizer que no início havia a ideia de que o sector está completamente mal. Entretanto, dos debates havidos percebeu-se que tem, afinal, aspectos positivos. Identificou-se os críticos, a sua localização e as possíveis soluções.
A título de exemplo, notou-se que enquanto no Sul e Centro há uma tendência de o número de raparigas igualar-se ao dos rapazes em diversos níveis de ensino, na parte norte as cifras das meninas encontram-se abaixo das dos efectivos do outro género.
É igualmente facto que da província de Maputo até Zambézia e Tete regista-se, no geral, uma descida dos números de alunos por turma, mas no Norte os efectivos continuam cerca de 70 em cada sala de aulas nas primeiras classes. Contudo, já na quinta o universo baixa drasticamente, o que ilustra elevadas cifras de abandono e/ou reprovações.
É perante este cenário, aliado a outros dados que o governante não precisou, que se decidiu em virar as atenções para o Norte, encaminhando mais apoios, investimentos de vária ordem, incluindo o destacamento dos professores que se mostrarem melhores mas ainda afectos nas outras províncias.
Reagindo à oferta, Ferrão reconheceu que as bibliotecas escolares estão muito mal equipadas, pelo que qualquer apoio em livros é um valioso contributo para que as crianças aprendam a ler, escrever e calcular.
A Fundação José Abudo tem como patrono o antigo ministro da Justiça e actual Provedor da Justiça.
O director executivo da Fundação, Charifo Ali, disse que os três mil livros destinados ao ensino do 1.º ao 12.º ano do sistema português resultaram de parcerias da sua instituição com uma congénere lusa.
Destacou que embora sejam do ensino português a ciência é universal, pelo que acreditam que serão úteis nas bibliotecas das escolas nacionais, não só para os alunos, mas também na planificação das matérias por parte dos professores.
Fonte: AIM – 10.07.2015
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