Em 1993, o professor de Massachusetts escreveu um guia para derrubar a ditadura na Birmânia. Desde então, as suas palavras já fizeram cair autocratas da Sérvia ao Egipto.
P or apenas seis dólares (pouco mais de quatro euros), qualquer pessoa pode descarregar o livro From Dictatorship to Democracy (Da Ditadura à Democracia), de Gene Sharp, disponível em 25 línguas no site da Albert Einstein Institution. Um preço convidativo que talvez explique como é que, desde a sua primeira publicação, em 1993, estas 198 regras simples para derrubar autocratas de forma não violenta chegaram a vários países, da Birmânia até ao Egipto.
E enquanto na praça Tahrir, em pleno coração do Cairo, os manifestantes anti-Hosni Mubarak liam as palavras do americano, traduzidas para árabe, em Boston, Sharp continuava calmamente a dedicar--se ao cultivo das suas amadas orquídeas. O académico continua a viver no apartamento que, segundo o New York Times , lhe custou 150 dólares em 1968 e em cuja cave funciona a instituição que criou.
Nos anos 1990, Sharp foi desafiado pelo movimento democrático da Birmânia a escrever um guia para derrubar uma ditadura, na sequência da detenção da líder da oposição Aung San Suu Kyi pelos militares. Sem conhecimentos específicos sobre o país, o homem que em 2009 seria nomeado para Nobel da Paz decidiu fazer uma obra genérica. O que então parecia uma fraqueza, acabou, por se tornar na sua força. E o modelo segundo o qual "se lutar com violência está a lutar com a melhor arma do inimigo e pode tornar-se num herói morto" voltou a ser usado. O segredo do sucesso para Sharp é: "Se não tiver medo da ditadura essa ditadura está em grandes sarilhos. Ler mais
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